Maria João Bastos regressou esta segunda-feira (16 de novembro) de Paris, depois de ter passado alguns dias na capital francesa.

A atriz terá chegado à 'cidade da luz', no dia em que se deram os ataques (13 de novembro) e para além de ter estado próxima do Bataclan, a mesma relata momentos de pânico vividos já no domingo à tarde.

"Tinha chegado, há um minuto, a um dos restaurantes atacados (Le Carrilon) onde 15 pessoas tinham morrido. Estava a haver uma vigília de homenagem às vítimas e fui lá para acender uma vela. Pouco tempo depois, alguém gritou em inglês "corram, corram!", não sei se uma, duas, três vozes, mas claramente em pânico. Naquele momento foi o pânico geral e estava todo a gente a correr, a fugir. Fugi e perdi-me das pessoas com quem estava. Conseguimos fugir para um café que estava aberto", declarou ao jornal Diário de Notícias.

"Senti um bocado de receio, não estava à espera que acontecesse aquilo. Tinha acabado de chegar ao local, nem tive tempo de acender uma vela. Marcou-me, de facto, o pânico que as pessoas viveram naquela situação", acrescenta.

Maria João Bastos fala ainda do terror que sentiu nas pessoas que vivem nas ruas de Paris, num "ambiente muito tenso".

"O medo está no rosto das pessoas mas, apesar de tudo, acho que é um povo com bastante coragem. As pessoas com quem tive contacto não se querem render ao medo. Apesar das ruas estarem claramente mais vazias, hoje, por exemplo, segunda-feira, as pessoas já estavam na sua vida normal".

A atriz reflete ainda sobre a situação portuguesa e considera que por aqui, a segurança é mais elevada comparativamente com outras cidades da Europa.

"Claro que me sinto muito segura aqui mas, hoje em dia, é muito difícil sabermos onde estamos seguros no mundo. Apesar de tudo, acho que Portugal ainda está num raio de segurança considerável, comparando com outras cidades da Europa, mas confesso que vi um bocadinho de coração apertado porque senti que tinha deixado as pessoas lá com todo aquele sofrimento e aquela dor", afirmou.