Dois anos após a morte da sua fiel cãopanheira, Amélie, Maria João Bastos foi ilibada em tribunal do processo crime que a clínica veterinária moveu contra si. A atriz estava a ser acusada dos crimes de difamação e de ofensa a pessoa colectiva, pelo facto de ter exposto no Facebook a sua dor, as suas dúvidas e a sua indignação pelo que aconteceu ao seu animal de estimação.

“No dia 1 de Abril de 2016, levei a Amélie ao Hospital Veterinário Vasco da Gama para fazer uma limpeza aos dentes. Na madrugada de dia 2, a Amélie faleceu em casa passadas várias horas de profundo sofrimento, depois de ter tido alta médica”, relembrou Maria João Bastos, revelando em seguida a decisão do tribunal no processo acima referido.

“O Ministério Público não acompanhou a acusação particular por considerar que não me era imputável a prática de tais crimes”, afirmou a atriz, citando em seguida o parecer do tribunal: “‘(...) Mesmo que resultasse dos autos a prova de não ter havido negligência - o que não resultou, como acima já se deixou escrito, apenas resulta que não se provou, por falta de indícios suficientes, tal negligência - tudo o que esta arguida afirmou foi, legitimamente, colocar dúvidas que, como cliente, tem toda a legitimidade para colocar (…)’”.

Indignada, a artista portuguesa lembrou duas das frases que mais a marcaram durante a audiência: “'A Maria João Bastos é uma figura pública, não pode falar publicamente como as outras pessoas porque chega a muita gente’” e “’Sr. Dr. Juiz, convenhamos, é apenas um cão’”. Maria João respondeu a estas frases pedindo respeito pelo amor que sentia pela sua cãopanheira e lembrando que o facto de ser uma figura pública não lhe retira o direito que tem à liberdade de expressão.

“O processo foi arquivado pelo tribunal por considerar a minha conduta justificável e não merecedora de punição”, contou a atriz, que terminou o seu desabafo lembrando a saudade que sente da sua Amélie: “O caso está encerrado, mas a saudade nunca terá fim”.