Chegou discretamente a Portugal a 27 de agosto deste ano, faz hoje precisamente três meses, três dias antes do filho começar a treinar no centro de treinos do Sport Lisboa e Benfica no Seixal. Neste período, já se encantou e desencantou com o país. Numa primeira fase, enquanto deambulava secretamente por Alfama durante a noite para assistir a espetáculos de morna e fado, eram muitos os elogios e as declarações de amor.
«A energia de Portugal é tão inspiradora. Sinto-me muito viva e criativa aqui. Estou ansiosa por trabalhar no meu filme e por fazer música nova», escrevia nas redes sociais no dia 2 de setembro. «Este será o próximo capítulo no meu livro», anunciava. Nos tempos livres, aproveitava para sair de Lisboa e do Pestana Palace Lisboa Hotel & National Monument, onde mandou encerrar uma ala para se instalar com a família.
A Comporta, uma localidade que descobriu e pela qual se apaixonou, passou a ser uma constante. Madonna gosta de ir cavalgar na praia e até já tem um cavalo preferido, como confidenciou. O sul do país também a atraiu. Numa viagem ao Algarve, ficou apeada. Um erro de cálculo fez com que o veículo elétrico que usa nas suas delocações, um Tesla, ficasse sem bateria antes de chegar ao destino.
«Foi uma coisa surreal. Imaginam a Madonna parada na berma da autoestrada? A sorte foi que iam mais carros e os ocupantes do Tesla mudaram-se todos para esses mas, ainda assim, iam todos uns em cima dos outros», confidencia fonte próxima da cantora. Este episódio está, contudo, longe de ser a única desventura de Madonna em Portugal. A maior prende-se com a complexidade e a morosidade da burocracia.
Paixão inicial esmorece em pouco tempo
Logo a 5 de setembro, a intérprete de êxitos como «La isla bonita», «Like a virgin» e «Nothing really matters» já se queixava. Tinha passado «toda a semana» a tentar provar às autoridades alfandegárias que era mesmo ela mas, ainda assim, «eles não libertam as minhas coisas», criticava. Mais tarde, os lamentos seriam por causa do visto e da dificuldade em encontrar casa. Falou-se num palacete de estilo romântico e neoárabe em Sintra.
Mas, com os filhos a estudar no Lycée Français Charles Lepierre, nas Amoreiras, Madonna passou a procurar casas apalaçadas em Alcântara, na Lapa e na Estrela. A dada altura, mudou de ideias e decidiu arrendar uma unidade hoteleira de charme da capital. Contactou várias mas fez sempre ofertas com preços abaixo de custo. «A Madonna veio cá e fez-nos várias abordagens», confirma fonte de um dos novos hotéis de luxo da capital.
«Veio sempre a pé, com a agente, sem seguranças. Mas a primeira proposta que a representante dela nos fez foi indecente. Recusamos de imediato», revela. Uns tempos depois, surgiu uma segunda proposta, «mais razoável», confidencia. «Ela queria que se fechasse a área que integra o restaurante que temos em funcionamento mas os valores que ofereceu não compensavam o seu encerramento», garante a mesma fonte.
À saga da casa, que também envolve o palacete da Quinta do Relógio, em Paço de Arcos, para onde Madonna sugeriu ir viver de borla durante um ano em troca do pagamento das obras de remodelação do espaço, juntam-se as saudades dos dois filhos biológicos, dos amigos e da agitação social a que estava habituada. «Vivo a vida de uma freira aqui», lamentava-se a 22 de outubro, menos de dois meses após a mudança.
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