O alemão Karl Lagerfeld, estilista da Chanel, defende o uso de peles de animais na indústria da moda, sublinhando que isso é uma coisa "normal" num mundo "em que se come carne".
O costureiro de 75 anos, contemporâneo de Yves Saint Laurent, disse ao jornal britânico "Daily Telegraph" que ele próprio não usa casacos feitos com pele e que raramente come carne, mas que "há uma indústria que vive disso". Em sua opinião, é uma pena que os animais não possam ser mortos "mais agradavelmente".
"Num mundo em que se come carne, a discussão é, por isso, infantil...", concluiu Lagerfeld, sublinhando que certas "feras" também matariam os caçadores "se pudessem".
Numa outra entrevista ao programa "Today" da Rádio 4 inglesa, o estilista também se pronunciou sobre a magreza das manequins. Declarou que a questão do "size zero" das modelos é insignificante se comparada a "zilhões" de pessoas obesas.
Médicos têm criticado a contratação de manequins "size zero", alegando que isso contribui para o aumento de distúrbios alimentares entre as jovens, mas Lagerfeld não parece de acordo com os reparos. "Em França - disse ele - há menos de 1 por cento de pessoas muito magras e 30 por cento dos jovens são muito gordos. Então é melhor cuidarmos primeiro desses zilhões de muito gordos..."
Os comentários de Lagerfeld motivaram reacção imediata. A porta-voz de uma associação que luta contra os distúrbios alimentares disse as reflexões do estilista "são muito tristes". E um porta-voz da defesa dos animais descreveu Lagerfeld como "um dinossauro da moda ultrapassado".
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