Júlia Pinheiro esteve a falar sobre Cristina Ferreira no seu site onde abordou, sobretudo, o alegado assédio sexual de que a estrela da TVI foi vítima.

Cristina Ferreira não foi a primeira profissional de televisão a revelar as dificuldades de quem sofre a pressão do assédio sexual na sua vida laboral. Num outro livro, publicado há dois anos, Elisa Domingues tinha o mesmo desabafo, recordando factos ocorridos na RTP numa época não especificada. O eco destas declarações foi abafado pelo ruído de outras notícias e poucos se interessaram sobre o que se passava numa empresa pública quanto a esta matéria”, começou por dizer a apresentadora da SIC, que logo de seguida falou sobre o facto de Cristina Ferreira ter sido criticada logo após ter lançado o seu livro, 'Sentir'.

“As afirmações de Cristina Ferreira desencadearam outro tipo de forças e reações. E, estranhamente, muitas pessoas aproveitaram a oportunidade para a criticar nas redes sociais, insultando e fazendo insinuações sobre o caráter e o comportamento de uma mulher que se portou de forma irrepreensível neste incidente”, acrescentou.

Júlia “nunca foi alvo de assédio”, mas já assistiu a coisas desta natureza que aconteceram perto de si.

“Estes crimes acontecem em todos os setores laborais, da banca às escolas, administração pública, hospitais, empresariado e tantos outros quadrantes nos quais existe a convivência dos dois sexos. Na televisão, tem outro sabor. Somos pessoas que se expõem, mostramos o corpo, trabalhamos a comunicação como uma forma de proximidade, que alguns confundem com sedução. No caso das mulheres, tudo se complica. A afabilidade é confundida com disponibilidade, a simpatia com a certeza de que estamos dispostas a passar outras fronteiras”, explicou.

Na mesma publicação, a apresentadora da SIC defendeu a postura de Cristina Ferreira.

“Sei que o seu comportamento nunca se pautou pela duplicidade ou pela sugestão de um flirt que poderia correr bem. Sei o que lhe fizeram e o que ela fez. Dada a delicadeza da situação, Manuel Luís Goucha, um cavalheiro ímpar, fez as primeiras revelações. Com a discrição que o caracteriza e perfeitamente consciente da gravidade dos factos. E, por fim, Cristina Ferreira contou o que se estava a passar, pediu ajuda, sentou-se comigo e com outros dirigentes da empresa para a qual trabalhávamos e gizámos uma estratégia. Protegemos a vítima e alertámos o agressor. Como é típico nestes casos, a resposta foi ambígua e defensiva. […] Muitas mulheres não têm tanta sorte. Os seus interlocutores desvalorizam ou tendem a ignorar as ocorrências. Cristina Ferreira respirou de alívio e prosseguiu o seu caminho”, disse.

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