Luís Buchinho, conquistou agora o prémio de melhor criador na primeira edição do Fashion Awards em Portugal. Como se sente?
Foi um prémio de enorme importância, na medida em que pela primeira vez são premiados profissionais deste sector pelos próprios profissionais.
De facto, rematou da melhor maneira este final de comemorações dos meus 20 anos de carreira.

Foram 20 anos muito intensos?
Têm sido 20 anos de actividade plena e sempre de uma maneira mais que satisfatória. Venham mais 20!

O que o marcou mais ao longo deste tempo, algo de concreto, algo difícil de esquecer, algo que traz consigo no coração?
A entrada no Porto, foi bastante difícil!

Sempre foi este o seu sonho... fazer moda?
Não particularmente, o meu sonho sempre foi mais ligado ao design gráfico ou à pintura. A moda surgiu mais como um “acaso feliz” na medida em que fui encaminhado por uma professora de liceu para seguir este caminho. No fundo talvez fosse o meu sonho mas sem consciência disso.

É complicado vestir a mulher portuguesa?
O pudor em relação à sua feminilidade é por vezes um entrave, e talvez o obstáculo mais difícil de superar.

Qual o target exacto para o qual se dirige?
Uma cliente dinâmica com uma atitude afirmativa, feminina e sem limite de idade.

Almeja saltos internacionais ou esta é definitivamente a sua praia, em termos de comercialização das suas peças, isto porque a sua presença em Paris, por exemplo, já é assídua...
Sim, o sucesso internacional é bem-vindo!

Como vê a evolução da moda portuguesa nestes 20 anos?
Melhorou bastante, tanto em termos quantitativos como qualitativos. Hoje, já se pode falar de um núcleo de criadores com propostas individuais fortes. Há 20 anos, podemos dizer que estávamos na estaca zero quando se falava de moda portuguesa.

Pret-a-porter ou alta costura...o que prefere?
Pret-a-porter, sem dúvida. Ainda que misturando alguns apontamentos de alta-costura.

O que ainda quer fazer e que ainda não concretizou, por falta de tempo ou inspiração?
Acho que nada. Tempo e inspiração arranjam-se sempre, quando se quer muito algo.

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