Joana Amaral Dias, de 41 anos, foi mãe de uma menina há uma semana e tem vivido dias muitas feliz.
"22 do 2. Fez uma semana que aconteceu o primeiro dia do resto das nossas vidas. E o bom que tem sido", escreveu na legenda da fotografia partilhada na sua página do Facebook, onde mostra a mão da bebé.
Na mesma publicação, Joana Amaral Dias deixou ainda um poema de Jorge Sena. "Entretanto, parece que, em 1958, Jorge de Sena já tinha escrito sobre a nossa Luzinha", disse a figura pública.
Recorde-se que a psicóloga e política portuguesa também é mãe de Vicente, de 20 anos, fruto de uma relação já terminada.
Leia o poema:
"UMA PEQUENINA LUZ
Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumiére
just a little light
una piccola…em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não vêem
só a advinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça
Brilhando indefectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
Indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:
brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
Como a exatidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
No meio de nós.
Brilha".
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