O que mudou quando veio para a TVI?
Passei para um projecto interessante. Passei a saber com muita clareza o que vão ser os vários passos do meu percurso profissional. Mudei para uma casa onde as portas estão todas abertas entre os profissionais de comunicação, os directores e os administradores.
Quer dizer que não era assim na SIC?
Não estou a dizer que não era assim na SIC, mas sim que aqui há uma facilidade de comunicação muito boa. É tudo muito mais simples. Quando temos alguma dificuldade, no dia seguinte está resolvida. Isso agiliza muito o nosso tempo, a nossa vida e ajuda-nos imenso a trabalhar.
Já se sente completamente ambientada?
Completamente. Nunca me senti uma estranha. Senti sempre que as pessoas estavam felizes por me ter cá e isso ajudou a integrar-me.
Também já está ambientada neste novo programa - "A tarde é sua"?
Sinto-me como peixe na água. É daquele tipo de programas que se encaixa em mim na plenitude. Sempre soube que iria voltar a fazer programas de entrevistas. Não especificamente este, porque na altura, não sabia da saída da Júlia Pinheiro, mas gosto muito de fazer este programa.
Mas esperava regressar a este formato tão cedo?
(Em Outubro) já sabia que iria fazer o "Agora é que conta!" até final de Dezembro. O meu primeiro projecto era lançar um formato de entretenimento, depois iria fazer outras coisas.
Há pouco tempo afirmou que perdeu o preconceito quanto aos reality-shows. O que a fez mudar?
Antes de vir para  a TVI já tinha percebido, com os anos, que é possível fazer qualquer formato com dignidade, classe e profissionalismo. Não é por ser um reality-show que nos cai uma perna, nem deixamos de ser os profissionais que somos. Temos é que fazer bem feito e com enorme respeito por quem está lá dentro.
Gostava de apresentar um reality-show?
Se a TVI entender, nalgum momento, que precisa de mim para apresentar um reality-show, não há razão para dizer que não. Não tenho complexo nenhum.
A TVI está preparada para colmatar as saídas de figuras de destaque como a Júlia Pinheiro e a Gabriela Sobral?
A TVI é uma casa muito forte gerida por pessoas que têm a cabeça bem em cima dos ombros. Aliás, não caiu a responsabilidade em cima de ninguém e isso é uma coisa muito boa, porque as pessoas sentem que quem cá está, está mesmo, e sabe o que está a fazer.
Então nunca se arrependeu de ter vindo para a TVI?
Absolutamente. Estou certíssima que fiz a escolha certa. Sou muito feliz aqui e os meus colegas até comentam que eu chego sempre com boa-disposição. Não tenho razões para estar de outra maneira.
Sente que poderia ter feito esta mudança mais cedo?
Eu não sofro desse mal de muita gente que é o "ai se eu...". Nunca vivo com a cabeça virada para trás, até porque isso me atrasa o andamento. Aprendo com os erros do passado, com as lições que a vida me vai dando, faço questão de reflectir nelas, mas sempre com a cabeça virada para a frente.
A nível pessoal e familiar o que mudou com a sua vinda para a TVI?
Não mudou grande coisa porque a nível de horários a diferença é pouca. Agora entro um bocadinho mais cedo, mas estou melhor porque também chego a casa mais cedo. Às 18h30 já estou em casa. A mecânica que estava organizada a nível familiar quando estava na SIC é a mesma de agora.
Continua a conseguir acompanhar os seus filhos, a levá-los à escola, etc?
Graças a Deus!
A sua filha Beatriz vê o programa?
Vê às vezes. Via-me mais no "Agora é que conta!", que achava muito mais divertido.
A menina é uma espectadora crítica?
Ela faz muitas perguntas, é hiper-curiosa e quer saber tudo. Quando era o "Agora é que conta!" todos os dias tinha que lhe fazer um relatório dos jogos que tinha feito, quem é que tinha lá estado, etc., porque ela achava muita piada. É um programa mais jovem. Aliás, eu ia à escola e quando passava no corredor os miúdos gritavam: "Agora é que conta!" (risos). Ela acha que o novo programa é mais "seca", mas às vezes apanha uma coisa de que gosta e fica a ver.