Maria de Belém Roseira, 51 anos, já foi ministra da Saúde, ministra para a Igualdade e deputada. Hiperactiva, diz que anda sempre muito depressa porque, sendo pequenina, tem de dar dois passos enquanto os outros dão um…
Faço sempre muitas coisas. Tenho muitas actividades. Na área do voluntariado tenho algumas: sou membro da direcção da APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, sou presidente da mesa da assembleia-geral da União das Misericórdias, da União das Mutualidades Portuguesas e ainda integro mais duas ou três associações. Tenho outras actividades de doação como membro do conselho geral da Universidade de Coimbra e presidente do conselho consultivo do Instituto de Higiene e Medicina Tropical.
Tempo para mim não tenho, vai ficando um bocadinho para trás, mas quando se faz com gosto e com vontade…
Sim, ainda tenho o meu trabalho como deputada, que agora está um bocadinho mais aliviado, o que também é bom porque posso dedicar a minha a atenção a outras coisas. Dou muitas conferências, passo a vida a falar nos congressos, nos aniversários... Também colaboro com as escolas que me pedem para fazer uma abordagem sobre os direitos humanos, etc.. Portanto, se vir a minha agenda fica um bocadinho espantada. Tão depressa estou a falar de um assunto como de outro. Isso significa que tenho de estudar muito.
Desde que haja boa vontade, as mulheres estão habituadas a fazer do impossível, o possível. Somos boas gestoras do tempo.
Por acaso hoje dormi muito pouco, mas gosto de descansar pelo menos sete horas. Vou para a cama à meia-noite, levanto-me às 7. Se puder acordar um bocadinho mais tarde, deito-me mais tarde. Também preciso de tempo para estar com a família, não pode ser só chegar a casa e ir para a cama.
O meu único exercício é subir escadas… quando posso. Se for muito cansada ou carregada vou de elevador, de resto faço por ir a pé. Gosto muito de fazer ginástica, mas não tenho tempo. Não vale a pena andar angustiada com isso. Ando sempre muito depressa porque como sou muito pequena tenho que dar dois passos enquanto os outros dão um (risos). Portanto, ando depressa e ando bastante. Uma vez, aliás, numa das campanhas de luta contra a obesidade foram à Assembleia e puseram-me um podómetro (aparelho de medição de distâncias a pé). Às 11 da manhã já tinha feito o dobro dos passos que são aconselhados para a pessoa ser considerada activa.
Gosto muito de trabalhar e trabalho sempre muito onde estiver. Trabalho com facilidade, lido bem com o stress, que é uma coisa que nem todos conseguem, de modo que estarei bem em qualquer lugar. Sempre tive uma enorme capacidade em adaptar-me, sempre gostei muito de estar onde estive e todas as pessoas que trabalharam comigo gostaram de fazê-lo. O ideal é gostar dos sítios por onde passamos.
(Texto: Inês Costa)
(Foto: Joaquim Gromicho)
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