O nome de Eládio Clímaco permanece vincado na elite televisiva. Com uma longa carreira em televisão, considerado por muitos o homem que trouxe cor ao pequeno ecrã, o apresentador abriu o coração numa entrevista inédita ao Alta Definição, emitida este sábado, para falar dos momentos mais decisivos da sua vida.

Num teaser revelado durante a semana, aquela que é uma das "vozes mais emblemáticas" de Portugal, como destacou Daniel Oliveira, contou que luta contra alguns problemas de saúde mental.

"Perdi amigos, sim. Porque talvez tenha feito pressão para isso. Eram falsos amigos. Eram meus conhecidos que eu tratava bem, mas aquela amizade tinha de morrer", confidenciou.

"Aquilo que é normal num homem de 76 anos que teve uma vida preenchida, cheia, que viajou pelo mundo, que fez televisão. Estou reduzido à minha casa, a três amigos íntimos - quatro, cinco... contam-se pelas mãos. É o meu mundo. Não me roubaram a alegria de viver. Roubaram-me o prazer de viver", acrescentou.

O apresentador contou também a história dramática de uma paixão que teve aos 13 anos e durou até aos 22. Esse amor, que ia contra à vontade da sua mãe, obrigou Eládio a afastar-se da mulher pela qual se tinha deixado encantar. "Foi extremamente traumatizante para mim", afirmou.

"Vi-a depois, já casada e com filhos. Cheguei a ter o filho mais pequenino dela no colo. Mas isso deu-me uma sensação estranha da qual eu fugi. E nunca mais a vi", explicou. "Foi uma paixão doentia, avassaladora, que me transcendia".

Eládio referiu que esse amor, vivido em tão tenra idade, veio também a influenciar a forma como viveu as relações seguintes. "Foram paixões muito efémeras porque nunca esqueci a primeira".

Sobre o percurso na televisão e da forma como lidou com alguns dissabores do meio, nomeadamente de pessoas que o procuravam apenas para serem "conhecidos à sua custa". "Acredito em tudo e em todos até à primeira [desilusão]. É por isso que sofro", admitiu.