Tornou-se impossível ignorar as centenas de pedidos dos fãs. FF vai mesmo estar no concerto das bandas dos 'Morangos com Açúcar', a 8 de junho, no Passeio Marítimo de Algés, e agora há ainda mais motivos para comprar bilhete.

O cantor também 'nasceu' como artista na série juvenil da TVI e assim que foi anunciado o espetáculo 'A Reunião', que juntará D'ZRT, Just Girls e 4Taste, houve de imediato quem 'chamasse' por FF.

O Fama ao Minuto marcou presença na conferência de imprensa de apresentação do tão aguardado concerto e esteve à conversa com o cantor cuja carreira muito se deve à produção que marcou a vida de quase todos os jovens adultos do país.

Se formos sinceros, a sua presença no espetáculo não é assim tão surpreendente... [risos].

É verdade, nem a mim me surpreende. As pessoas pediram muito e isso deixa-me profundamente feliz. Achava sempre - e juro que isto não é falsa modéstia - que 'O Meu Verão Não Acabou' e o 'Tudo o Que Quero' já não estavam assim muito na memória das pessoas. Enganei-me redondamente e fui surpreendido por uma grande onda de amor que invadiu as minhas redes sociais. Fiquei feliz por perceber que vou ter lugar nesta 'Reunião' que é tão simbólica e nostálgica. Será um dia irrepetível, tão cedo não acontecerá outra vez e, por isso mesmo, é tão especial contar com a presença de todos.

Então podemos dizer que o convite para participar é um reflexo do pedido insistente dos fãs?

Sim, foi tudo muito bem estudado por estes meninos [D'ZRT]. Acho que, por vezes, as pessoas não têm noção do quanto custa preparar toda esta logística. Depois de um ano louco de muito sucesso em que regressaram, eles arriscaram-se a estarem no Passeio Marítimo de Algés e juntaram estes projetos musicais que se estrearam nos 'Morangos'.

De quanto tempo precisou para aceitar?

Aceitei o convite muito rapidamente. A magia aconteceu no Estádio do Algarve quando eles me disseram: 'no próximo ano irá acontecer uma coisa muito especial, que ainda não podemos dizer o que é. Para nós, estás mais do que convidado'. Eu respondi: 'digam-me onde é e a que horas e eu vou' [risos].

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Há um FF durante os 'Morangos com Açúcar' e outro FF depois de finalizada essa experiência?

Sem dúvida, mas isso acontece com todos nós.

Mas artisticamente será fácil para si voltar a esses tempos?

Acho que sim. Vou regressar aos meus 18 anos mas não quero vestir essa personagem. Vou cantar as músicas que cantava com essa idade, mas eu sou este. Tenho quase 37 anos e é muito nostálgico cantar estas canções porque nasceram novas versões sem grande esforço. É esta a forma de cantar que tenho hoje, depois de 20 anos de estrada e de concertos. Claro que olho para trás com muita maturidade e uma descontração diferente, ainda que o faça sem desvalorizar a responsabilidade que é fazer parte deste momento. A dimensão da felicidade que sinto é superior a qualquer nervosismo.

A vida aconteceu e, para mim, é muito comovente encontrar estas pessoas (...) Estamos a abrir um 'baú de memórias' em conjuntoEntão podemos esperar uma nova roupagem dos clássicos que lançou na altura?

Sim, é inevitável que assim seja. Também as Just Girls e os 4Taste o vão fazer, tal como também já o fizeram os D'ZRT. Há novos arranjos e é importante trazer estas músicas para os dias de hoje.

O que pode justificar que ainda hoje se vivam os 'Morangos com Açúcar' de forma tão especial?

É um fenómeno um bocadinho inexplicável. Isto é quase como, passados 20 anos, abrir um grupo de WhatsApp e juntar colegas de turma para os encontrarmos novamente. A vida aconteceu e, para mim, é muito comovente encontrar estas pessoas, sendo que muitas delas já não as via há muito tempo. Estamos a abrir um 'baú de memórias' em conjunto.

Já se imagina no palco do Passeio Marítimo de Algés?

Assusta-me a ideia de que os 4Taste são quatro, as Just Girls também, os D'ZRT são três com uma banda enorme... e de repente lá vou eu! Mas não estou sozinho, vou ter grandes músicos comigo e com momentos de que as pessoas talvez já não se lembrem e que irão recordar.

Quem é o FF hoje?

Enquanto artista há sempre muita coisa que falta fazer e nunca se fica satisfeito por já se ter feito coisas marcantes. Deixa-me orgulhoso perceber que estes 20 anos de profissão foram preenchidos de muito trabalho e de muita consistência. Divido-me agora entre a música e o teatro e isso faz-me viver a vida artística de uma forma muito plena. São as minhas duas grandes paixões e vocações, para as quais estudei. Para mim faz sentido viver a vida assim.

Há muita gente, felizmente, que vê teatroQuanto participa em programas de televisão, há quase sempre o comentário de que a sua voz é uma das mais inconfundíveis do país. Não obstante, sente que lhe falta aquele projeto que elimine alguma dúvida que ainda possa restar sobre o seu talento?

Não, sinto-me muito reconhecido pelo muito trabalho, confesso. Acho que nestes últimos anos, a onda de reconhecimento existiu e é palpável. Fui colhendo os frutos do que fui fazendo. Independentemente de, enquanto músico, não ocupar sempre um espaço na televisão, passei temporadas a fazer teatro em que, diariamente, tive 700 e 800 pessoas a ver-nos. Não podemos ter a arrogância de achar que esse público não existe. Ele existe e é muito forte, há muita gente, felizmente, que vê teatro.

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