
A divulgação da sentença do ator norte-americano Cuba Gooding Jr., que escapou a pena de prisão no julgamento por assédio sexual, desencadeou protestos por parte das mulheres que o acusaram de apalpões, beijos indesejados e outros comportamentos inadequados.
O ator vencedor de um Óscar evitou a prisão ao cumprir os termos de um acordo de confissão condicional, que o levou a declarar-se culpado de acusações envolvendo apenas uma das alegações que os procuradores disseram ser as de pelo menos 30 mulheres.
Muitas destas situações ocorreram em espaços de diversão noturna da cidade de Nova Iorque.
O procurador-adjunto de Manhattan, Coleen Balbert, referiu a um juiz esta quinta-feira que, desde que o acordo foi alcançado em abril, Gooding ficou fora de problemas e completou seis meses de aconselhamento sobre álcool e comportamento. Isto permitiu que fosse retirada a sua confissão de culpa por beijar à força uma empregada numa discoteca de Manhattan em 2018 e, em vez disso, se declarasse culpado de uma violação não criminal por assédio.
A estrela de filmes como 'Jerry Maguire', 'Boyz N the Hood' e 'Radio' evitou, desta forma, outras penas e ficar com registo criminal.
"Este acordo parece um passo em falso", referiu Kelsey Harbert, estudante de neurociência, cuja acusação de que Gooding a apalpou numa discoteca o levou à detenção em 2019, mas que não faz parte da sua confissão de culpa.
"Depois de três longos anos a tentar responsabilizar o Sr. Gooding por tocar no meu seio sem o meu consentimento, ter o meu caso retirado no tribunal é mais dececionante do que as palavras podem dizer", acrescentou Kelsey Harbert, que chorou em alguns momentos durante as suas declarações no tribunal.
O artista, que conquistou o Óscar de Melhor Ator Secundário em 1997 pela participação no filme 'Jerry Maguire', foi detido pela primeira vez em junho de 2019 após o incidente no bar de Times Square, tendo sido libertado mais tarde sob fiança.
Cuba Gooding Jr. também foi acusado de apalpar as nádegas de uma empregada de mesa num restaurante nova-iorquino em outubro de 2018 e de "contacto sexual sem consentimento" numa boate, também em Nova Iorque.
Num caso separado, Cuba Gooding Jr. foi acusado no tribunal civil de violação sexual por um denunciante anónimo.
Gooding, juntamente com outros 'pesos pesados' de Hollywood, foram denunciados pelo movimento #MeToo, que explodiu há cinco anos.
Enquanto Gooding estava no tribunal esta quinta-feira para o encerramento do seu caso, outro ator vencedor do Oscar, Kevin Spacey, estava a ser julgado no mesmo quarteirão, numa ação civil em que é acusado de agredir sexualmente o ator Anthony Rapp.
Enquanto isso, em Los Angeles, o ex-chefe do estúdio Harvey Weinstein e a estrela de 'That 70's Show', Danny Masterson, estão a ser julgados em casos separados de violação.
Weinstein foi condenado por acusações semelhantes em Nova Iorque em 2020 e está a cumprir uma pena de 23 anos de prisão.
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