Há um mês, atravessou o oceano Atlântico e mudou-se de armas e bagagens para Portugal, onde conta ficar a viver um ano. Lisboa é a nova casa de Cláudia Abreu, atriz, produtora e argumentista brasileira, depois de três meses de confinamento em Secretário, uma região serrana nos arredores do Rio de Janeiro. Foi durante o período de isolamento que a artista e a família resolveram mudar de vida. A morte do sogro, o escritor Rubem Fonseca, de ascendência portuguesa, há seis meses, foi um golpe duro.
"Foi uma porrada", assume Cláudia Abreu. "Nós, como tantas famílias, vivemos um luto no confinamento, [o que] é uma coisa terrível", recordou a atriz em entrevista à Ela, a revista do jornal O Globo, elogiando o pai do marido, filho de transmontanos originários do distrito de Vila Real. "Nós morávamos no mesmo prédio. Tínhamos uma relação muito estreita. Ele era uma figura imensa na vida de cada um. O corpo dele podia ter 94 anos, mas a cabeça era atemporal, [era] um homem sem idade", afiança a artista.
A ideia de mudar de continente partiu da filha mais velha, Maria Maud, que visitou a Escola de Tecnologias, Inovação e Criação (ETIC) em Lisboa, durante a viagem que a família fez à capital portuguesa para celebrar o réveillon. Interessada em fazer formação musical naquele estabelecimento de ensino, a adolescente de 19 anos, que canta e toca viola, preencheu o formulário de inscrição online, prestou provas e foi aceite, convencendo depois os pais a embarcarem com ela e com os três irmãos na aventura europeia. A cidadania portuguesa do marido, o cineasta José Henrique Fonseca, agilizou a tomada de decisão.
"Há pessoas que ficam imobilizadas diante do luto ou de uma situação terrível, como a pandemia. Nós fomos atrás da vida", sublinha Cláudia Abreu, que comemorou o quinquagésimo aniversário em Portugal. "Quero aproveitar esta temporada para experimentar uma vida diferente. Sempre quis morar fora [do Brasil] mas nunca consegui", confidencia a atriz, que brilhou em telenovelas brasileiras que também tiveram grande êxito em Portugal, como é o caso de "Fera radical" e de "Celebridade".
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