O que se pode esperar do espectáculo "Quidam" em Portugal?
Os portugueses vão descobrir a essência do Cirque du Soleil. O ano passado tivemos um espectáculo diferente cá, o "Delirium". Desta vez, daremos a conhecer um ambiente inovador, cheio de acrobacias no ar, que tem mais a ver com o tradicional do Cirque. Esperamos transportar o público ao mundo da criatividade e deixá-lo tocado com a emoção da música. Fazer rir também é o nosso grande objectivo.
O Quidam demorou algum tempo a chegar a Portugal. Porquê?
A nossa meta é procurar novos lugares, mas nem sempre é fácil encontrar o sítio ideal. Praticamente temos de criar uma vila dentro da cidade. Isso requer muita disponibilidade. Demorámos a chegar, porque queríamos ter a certeza de que éramos capazes de erguer a nossa tenda cá. Estamos felizes pela conquista.
Tencionam vir a Portugal mais vezes?
Definitivamente sim. Portugal é um país lindo!
É a sua primeira vez em Lisboa?
Sim e estou encantado. Adoro ouvir a língua, apesar de não entender nada. Parece que quando os portugueses falam, estão a cantar.
Quanto tempo demoram a preparar o espectáculo em Lisboa?
Os navios com todo o equipamento vieram do México, onde estivemos a fazer espectáculos. Vamos ter duas semanas para organizar tudo.
Conseguem erguer uma vila em duas semanas?
Sim, geralmente conseguimos fazê-lo em oito dias. Mas como os artistas têm estado de férias, vamos precisar de um pouco mais de tempo em Portugal para os treinos. Eles devem estar um bocado enferrujados!
Os bilhetes parecem um pouco caros para o bolso português. Ainda assim, a adesão está a ser massiva. O que é tão atraente no Cirque?
Os portugueses estão curiosos para assistir ao nosso trabalho, porque provavelmente já ouviram falar de nós muitas vezes. E não temos apenas bilhetes caros. Quisemos criar escalões de preços para que todas as pessoas nos possam ver.
O Cirque du Soleil começou em 1984. Qual é o segredo de tanto sucesso pelo mundo fora?
Somos honestos com o nosso público. A nossa meta é tocar os espectadores e transmitir a paixão que sentimos quando estamos no plateau. Não queremos decepcionar as pessoas. Talvez por isso, continuamos a ter público onde quer que estejamos.
Geralmente, os artistas de circo são mal remunerados. Essa regra aplica-se ao Cirque du Soleil?
Podemos dizer que pagamos acima dos circos tradicionais. Além disso, oferecemos condições de trabalho muito boas. Há sempre gente a querer fazer parte da nossa família. Somos muito competitivos quanto a isso.
Como chegou ao Cirque?
Fui bailarino profissional durante anos. Trabalhei para o Sindicato dos Artistas do Canadá, promovendo os direitos dos artistas. Depois consegui entrar para o Departamento de Castings do Cirque du Soleil. Tive muitas funções dentro do Cirque até chegar à direcção do Quidam e do Saltimbamco.
É casado? Tem filhos?
Sou casado há 12 anos com uma bailarina. Conhecemo-nos através da dança. Actualmente, ela é professora de ioga e pilates e colabora com o Cirque. Ainda não temos filhos, mas é algo que queremos muito.