Cecilia Bartoli está irreconhecível na capa do novo disco mas os fãs mais conservadores não aprovam visual à Conchita Wurst, a cantora barbuda austríaca que ganhou o Festival Eurovisão da Canção de 2014, na Dinamarca. A soprano italiana de 53 anos surge de barba com as mãos a cobrir-lhe o peito na fotografia promocional de "Farinelli", que chega ao mercado no próximo dia 8 de novembro. Nas redes sociais, as críticas têm sido muitas.
"Esta capa é um grande erro", considera mesmo o artista que se esconde por detrás da conta de Twitter @countertenor49. "Vai ser muito contestado por parte da comunidade transexual, como merece, porque é verdadeiramente assustadora. Eu não comprarei este disco até esta fotografia ser alterada", afirma mesmo o admirador da popular cantora lírica, prometendo um boicote. "É uma capa ridícula e sem sentido", condena também István Regös.
"Farinelli, que ela pretende homenagear, nunca teve barba. Como foi castrado, nunca lhe poderia ter crescido uma. Deveriam ter olhado para os quadros que pintaram de Farinelli e tê-la vestido da mesma maneira. Faria muito mais sentido", considera este fã de música clássica que reside em Budapeste, na Hungria. Apesar das muitas críticas, também há quem aplauda a ousadia de Cecilia Bartoli. "Grandes talentos como o seu exigem coragem. A inovação, a beleza e o respeito são uma consequência disso", elogia o brasileiro Castilhos, autor da conta @legionnaire46.
Entretanto, a Decca Records, a editora britânica que vai editar o disco, divulgou, no passado dia 9, o vídeo que mostra os bastidores da produção fotográfica que está a fazer correr muita tinta. Farinelli, nome artístico de Carlo Broschi, que viveu entre 1705 e 1782, foi um lendário castrato que brilhou nos palcos no século XVIII. Nascido em Andria, em Itália, foi o mais popular e bem pago cantor de ópera da Europa da altura.
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