
Os últimos dias de Gustavo Santos não têm sido fáceis. Tudo porque o seu cão terá sido atropelado, como o apresentador relata na sua página de Facebook:
"O Sôtor foi atropelado a noite passada.
O condutor não parou, seguiu como se tivesse passado por cima de uma pedra ou de um pau.
Nem uma coisa nem outra.
Era uma vida. Era o meu filho.
E todas as vidas, sejam elas quais forem, merecem respeito e dignidade.
Encontrei-o hirto na beira da estrada, abandonado como se não fosse nada. Olhos arregalados e a latir como se previsse o fim do seu mundo. Cheguei até ele dez segundos depois de ouvir o som da chapa no seu corpo. Ajoelhei-me no alcatrão, indiferente à chuva e ao passar de outros carros, e fotografei uma imagem que dificilmente irei esquecer. O seu medo. O nosso medo. Pensei que o ia perder ali, nos meus braços.
Mas não.
Aguentou o caminho até ao hospital. Passei bermas, inventei faixas de rodagem, voei por entre a chuva e o trânsito, mas aguentou.
Chegou adormecido, a reagir cada vez menos, mas ainda ele.
Já o esperavam.
E foi tratado como a vida que é.
Os humanos também sabem amar. Foi bonito ver tanta gente ao seu redor, a ampará-lo, a testá-lo e a animá-lo. Comoveu-me tanto amor por ele.
E é por isso que gosto das pessoas e irei sempre gostar.
As pessoas são lindas quando respeitam a sua essência.
Ficou internado.
Assumo a minha responsabilidade por escolher deixá-lo ser livre e por, por isso mesmo, poder viver o risco de isto acontecer. Aconteceu. Mas para mim isto é o amor. É a minha forma de amá-lo. Mil vezes libertá-lo e confiar nele do que amarrá-lo a vida toda a uma trela com medo que lhe aconteça alguma coisa.
Fiz o que pude. Chorei muito, mas estou sereno comigo. Terei de estar ainda mais atento para a próxima e afinar um ou outro limite. O trabalho é meu. A responsabilidade é minha. Mas ele continuará livre.
A vida mostra-nos todos os dias como é importante estar em amor, dizer tudo o que pensamos e fazer tudo o que sentimos. É que de um momento para o outro, passam-nos por cima ou por cima de alguém e tudo fica a meio e só fica a culpa.
Se o pior tivesse acontecido, todo o sofrimento seria atenuado pela convicção de que o amei até ao fim, que não houve conversas por ter, mimos nem passeios por dar.
Sobreviveu.
Temos o resto da vida pela frente. E continuaremos livres, pois essa é a forma de agradecer o facto de ainda cá estarmos.
Um obrigado muito especial à minha amiga do coração Sandra Duarte Cardoso e a toda a equipa da SOS ANIMAL", escreveu.
A recuperação
Entretanto Gustavo anos voltou a fazer mais uma publicação, onde informou que o seu fiel companheiro já estava em casa:
"Só não acredita em milagres quem não acredita no amor. Vinte e quatro horas depois, ainda meio avariado, mas já em casa. É um guerreiro este puto. E é um respirar fundo maravilhoso também. Obrigado pela vossa energia e pela corrente de amor que geraram juntos. Comoveu-me. Em nome dos dois, muito obrigado", esclarece.
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