Embora tenha ganhado provas desportivas e até medalhas nos Jogos Olímpicos no México e no Canadá, William Bruce Jenner, atleta de decatlo, nunca se sentiu realizado. Apesar de ter casado três vezes e de ter tido seis filhos, a disforia de género que desde cedo o apoquentou impediu-o de ser feliz durante a maior parte da sua vida. Só em 2017, aos 68 anos, é que teve coragem para ir à luta e avançar para a cirurgia de mudança de sexo.

Caitlyn Jenner, o novo nome que adotou após a cirurgia, faz hoje 70 anos e, nos dias que correm, já ousa dizer que é finalmente feliz. "Foi uma luta muito grande para conseguir viver como realmente sou", revela a socialite norte-americana nascida em Malibu, que pode (re)ver na galeria de imagens que se segue. "Tive problemas de identidade a minha vida toda. Não foi uma coisa com a qual me tenha debatido de um dia para o outro", revela.

As mediáticas filhas, Kendall Jenner e Kylie Jenner, que viram o pai William Bruce Jenner converter-se na polémica e exuberante Caitlyn Jenner, acompanharam a luta do progenitor de perto. "Como seguramente compreenderão, foi muito difícil para mim", admitiria publicamente a filha mais nova. "Tenho muito orgulho em ti, pai. És muito corajoso, meu herói lindo", reagiu Kylie Jenner, depois do pai se assumir como transgénero.

Nos últimos anos, além de promover vários produtos femininos, a socialite tem aproveitado a fama para lutar pelos direitos da comunidade LGBTQI, sigla que abrange lésbicas, gays, bissexuais, transgénero, intersexuais e pessoas com dúvidas. Numa fase inicial, apoiou o atual presidente dos EUA mas depois tornou-se numa das suas maiores críticas. "Achei que [Donald] Trump iria ajudar a comunidade LGBTQI. Estava enganada", admitiu.