A instituição fundada em 1831, localizada no bairro de Covent Garden, no centro de Londres, tem entre os seus membros vários juízes e advogados, jornalistas, funcionários de alto escalão do governo e líderes políticos.

Tal como outros clubes de prestígio, o Garrick era reservado aos homens, segundo uma regra antiga, regularmente denunciada como arcaica e símbolo da supremacia masculina em lugares de poder e influência.

Segundo a lista revelada em março pelo jornal The Guardian, o rei Carlos III e atores como Brian Cox e Benedict Cumberbatch fazem parte do clube.

A publicação da lista aumentou a pressão sobre o Garrick Club para permitir a entrada de mulheres.

O diretor do Serviço Secreto de Inteligência (MI6), Richard Moore, e o secretário-geral de Downing Street, Simon Case, anunciaram na ocasião que estavam a deixar o Garrick Club.

Após estes últimos acontecimentos, os membros do Garrick Club votaram a favor da entrada das mulheres em maio.

De acordo com o The Guardian, o Garrick Club nomeou na segunda-feira (1º) Judi Dench, de 89 anos, e Siân Phillips, de 91, “membros proeminentes”.

Judi Dench alcançou a fama mundial por causa da sua participação em filmes de James Bond como GoldenEye e Skyfall.

A intérprete é uma das atrizes inglesas mais premiadas, com um Oscars e sete indicações, para além de dois Globos de Ouro.

Siân Phillips é uma atriz galesa, mais conhecida por seus papéis no teatro.

Siân Phillips
Siân Phillips créditos: AFP or Licensors

No cinema atuou diversas vezes com Peter O'Toole, com quem foi casada durante 20 anos, aparecendo também no filme Duna, de David Lynch, rodado em 1984.

Segundo a imprensa inglesa, outras mulheres deverão ingressar no clube, como a ex-ministra do Interior Amber Rudd e a jornalista de televisão Cathy Newman.

Em 2015, uma votação no Garrick sobre a admissão de mulheres não obteve maioria suficiente para permitir a aprovação da medida.

Em 2021, uma petição para permitir a entrada de mulheres recebeu o apoio de Cherie Booth, renomada advogada e esposa do ex-primeiro-ministro trabalhista Tony Blair.

Cherie Booth disse que em 1976 teve que ficar à entrada do clube enquanto o seu futuro marido tinha autorização para entrar.