Depois de uma carreira no mundo da moda, Andreia Rodrigues, que foi Miss Portugal em 2008, apostou forte na apresentação. Em entrevista exclusiva ao Modern Life/SAPO Lifestyle, à margem de um evento promocional do fabricante de eletrodomésticos turco Beko, que conduziu, a apresentadora de televisão de 37 anos, que é casada com Daniel Oliveira, diretor-geral de entretenimento e diretor de programas da SIC, falou da paixão pela cozinha, recordou memórias de infância e ainda fez (muitas) confissões surpreendentes.
Um estudo apresentado recentemente afirma que os portugueses, com a pandemia, passaram a cozinhar mais em casa. Também foi o seu caso?
Sim. Eu sempre gostei muito de cozinhar. Confesso que, ao longo desta pandemia, já passei por várias fases. Até porque engravidei, fui mãe e, portanto, há alturas em que estamos mais disponíveis para cozinhar, como foi o caso. A cozinha para mim sempre teve um lado terapêutico. Gosto muito de cozinhar para os outros e entristeceu-me um bocadinho não poder ter a casa cheia para cozinhar para os meus amigos e para os juntar.
Mas direcionei toda a minha energia e todo o meu gosto para fazer coisas diferentes com as minhas filhas. A Alice, que já tem três anos, já parte uns ovos. Ficam umas cascas, que depois tenho que tirar, mas já fazemos umas coisas juntas. Já ajuda a fazer um bolo, mexe o bolo... Faço muitas panquecas e ela gosta de participar.
A cozinha fica um caos mas foram momentos felizes e as memórias que nós vamos gerando nos nossos filhos não têm preço, principalmente quando são memórias felizes e eu procuro que a cozinha tenha essa dimensão de gerar memórias. Tenho memórias da minha infância a viver a cozinha com a minha mãe e com a minha avó, seja porque estávamos no Natal, porque estava a ser feito um bolo e eu rapava a taça onde tinha sido batido...
O arroz-doce tinha sido acabado de fazer e eu ia lá rapar o tacho, que ainda estava quente e eu queimava a língua... As minhas memórias têm cheiros, têm estes aromas que têm a ver com cozinha. Procuro transmitir o mesmo às minhas filhas. Passei a passar mais tempo na cozinha por isso. E, como tenho uma cozinha aberta que está ligada à sala, permite-me fazê-lo com elas ali.
O que é que mais gosta de cozinhar? Pratos de forno, doces…
Utilizo muito o forno. Sou pouco doceira, confesso. Tenho pouquíssimo jeito. A maior parte dos bolos que faço são bolos de caneca. Faço um bolo de iogurte que a minha mãe me ensinou e é o básico. E faço arroz-doce. Mas, na realidade, gosto mais de comida salgada. Faço bem panquecas e gosto de fazer crepes. Nós procuramos fazer comida saudável e o forno tem esse lado. Mesmo para fazer batatas, por exemplo.
A minha filha gosta imenso de batatas fritas e eu faço-lhe as batatas no forno. Consigo dar-lhe o crocante da batata sem ter tudo o resto. Gosto muito, mas mesmo muito, de cozinhar e procuro sempre mais comidas saudáveis, muitas saladas... Quando não tenho que cozinhar para as minhas filhas, faço normalmente uma salada para mim.
A minha filha mais velha adora esparguete à bolonhesa e, às vezes, quando não sei o que hei de fazer, lá vai um esparguete à bolonhesa. Às vezes, faço atum à bolonhesa, também. Faço, por norma, aquelas coisas super práticas que dão para fazer num instante. Gosto muito de fazer lasanha vegetariana. Pocuro sempre soluções mais saudáveis, como as massas integrais. Tenho que ter algum cuidado com aquilo que dou às minhas filhas...
Tem algum ingrediente preferido ou algum tempero fetiche?
Na realidade, eu gosto é de comer... [Risos] Gosto mesmo de comer. Gosto muito, por exemplo, de misturar o doce e o salgado. As minhas saladas quase todas têm fruta. Mas há uma coisa que eu gosto muito de ter na cozinha. Gosto muito de arroz.
E tenho-o sempre porque faço um risoto ou porque faço um arroz de marisco ou porque faço um arroz de grelos com peixe, um arroz de tomate... Gosto muito de arroz e, até, de empadão de arroz. É um ingrediente que tenho sempre na cozinha. E batata-doce, também...
E, se pudesse, quais são os eletrodomésticos que aboliria? Quais são aqueles que mais a aborrecem?
Na realidade, eu sou fascinada por eletrodomésticos. Gosto de coisas que facilitem as nossas vidas. A máquina de café é obrigatória. O exaustor também, porque tenho a cozinha ligada à sala. A placa de indução, o forno... Adoro frigoríficos. Tenho uma paixão por frigoríficos. Não há nada que eu abolisse...
Nem o ferro de engomar?
Não adoro passar a ferro, é verdade... Adorava quando era miúda mas depois, mais tarde, quando uma pessoa tem de engomar por obrigação, as coisas não têm assim tanta graça. Tenho o privilégio de ter alguém que me ajuda nas tarefas de casa, porque estar a trabalhar e ter as duas meninas não é fácil. Mas gosto de passar a roupa delas a ferro, por acaso...
Às vezes, quando não há tempo, vai para a lavandaria e é passada lá. Nós, agora, optámos por ter alguém que nos ajude porque, como elas são duas e nem sempre a minha mãe pode ficar com elas quando eu vou trabalhar, tenho alguém que me auxilia com a roupa e que acaba por ajudar em casa noutras tarefas também.
Está atualmente em antena com a quinta temporada do reality show "Quem quer namorar com o agricultor?", um dos formatos de sucesso da SIC. Quando foi desafiada a apresentar o programa pela primeira vez, acreditou logo que este viria a ter tanto êxito?
Quando me apresentam um programa, eu não ligo aos números, ligo às pessoas. Quando me falaram do projeto, pensei automaticamente naquilo que acho que a maioria das pessoas pensa. O programa tem aquele lado de se estar ali a disputar uma pessoa. Ficam ali grandes amizades mas acho que a maior parte dos convidados e das convidadas vão porque querem, obviamente, porque têm o coração disponível para amar, mas porque querem viver aquela experiência.
E, depois, o que acontecer, aconteceu... Os participantes vão, precisamente, com esse espírito e eu acho que isso já se percebeu. O público já percebeu que o espírito dos que ali se aventuram é esse. Obviamente que, quando os agricultores e agricultoras se candidatam, fazem-no porque querem dar um novo sentido às suas vidas e porque querem encontrar alguém especial, porque precisam dessa pessoa. Felizmente, temos tido muitos finais felizes. Temos tido outros que nem tanto. A vida tinha-lhes reservado outro destino mas, no fundo, isso é a vida a acontecer. Quando me falaram do projeto, eu pensei, imediatamente, na terra, nos animais...
Numa coisa que é tão nossa, na possibilidade de darmos a conhecer, ao mesmo tempo, a beleza do nosso país. A verdade e a realidade daquelas pessoas. O programa vai, por um lado, à essência daquilo que são as nossas raízes. Somos um país muito mais rural do que urbano, queiramos ou não. E foi nisso que pensei. Achei que, depois das pessoas perceberem o que é o programa, iriam abraçá-lo e ligar-se às histórias, às pessoas e aos lugares, porque eles são nossos.
É verdade o que tem saído na imprensa acerca dos alegados incidentes que terão existido nos bastidores das gravações?
Sem fazer quaisquer comentários, uma das coisas que tinham sido ditas acerca de o primeiro programa desta nova temporada [uma participante teria empurrado um dos agricultores para dentro de uma piscina na sequência de uma afirmação], foram mostradas as imagens e deu para perceber que aquilo que foi escrito [na imprensa] foi muito diferente daquilo que aconteceu. É o que acontece em todos os formatos. Haverá sempre o diz que disse...
Essas polémicas também acabam por criar um interesse acrescido a esses programas, muitas vezes…
Mas, na realidade, desta vez, por acaso, foi muito interessante. Essa situação foi toda ela filmada e as pessoas perceberam que, entre o que foi dito e o que aconteceu, há uma distância grande. Foram coisas muito diferentes! Já sabemos que faz parte. Há que não valorizar...
Estávamos no regresso a uma maior normalidade antes de ter sido novamente decretado o estado de calamidade. Já estava a retomar os projetos que a pandemia, de certa maneira, abrandou ou cancelou?
Estava a retomá-los devagar. Acho que, quando nos dão a mão, é importante não querermos logo o braço. As pessoas estão muito sedentas de recuperar a normalidade anterior ao COVID-19 mas acho que temos de ir com calma. Podemos ir e apresentar eventos com máscaras, porque há testes, porque há a vacina.
E isso já é uma evolução fantástica, porque permite-nos estar nos espaços com determinada segurança. Já sabemos muito mais sobre este vírus do que sabíamos há um ano e meio e isso faz toda a diferença. Acho é que temos que continuar a ir com alguma calma e eu também vou com essa calma. Há projetos que posso começar a ir pensando neles e a retomá-los.
Mas há outros que, se calhar, ainda requerem um bocadinho mais de tempo. O importante é cultivarmos o espírito de comunidade e de cuidado por nós e pelos outros. Se o fizermos, vamos conseguir voltar à normalidade aos poucos e, se tudo correr bem, espero que o próximo verão já seja um verão normal.
Este ano, ainda vai ter novidades em termos de projetos profissionais? Pode levantar um bocadinho do véu?
Tenho algumas ideias mas, neste momento, ainda estou focada no "Quem quer namorar com o agricultor?". Este projeto acaba no dia em que a final é apresentada, até porque, além da parte das gravações, eu tenho que fazer a locução das emissões. Tenho começado a pensar em alguns projetos, não para o canal generalista da SIC, mas noutro tipo de projetos.
Também há que ter em atenção que uma estação tem que diversificar os apresentadores e o público também precisa disso. Outros projetos hão de vir para outras pessoas e os meus projetos vão estar, provavelmente, noutras plataformas, noutros espaços. Mas não posso parar, isso não... Tenho que estar sempre a fazer alguma coisa. Mas ainda não posso adiantar nada... [risos]
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