A cantora Adelaide Ferreira visitou ontem a sua filha Luana, de 15 anos, que se encontra internada, sob ordem judicial, numa clínica-orfanato de Cuiabá, no Brasil, suspeita de ter feito um aborto com ajuda de familiares.

Segundo o site do jornal “Gazeta”, do estado de Mato Grosso, Adelaide Ferreira esteve com a filha adolescente durante cerca de 30 minutos, acompanhada por dois advogados.

À saída do orfanato (a Casa de Retaguarda Paulo Prado), a cantora portuguesa não quis pronunciar-se sobre o processo, em que ela própria é suspeita, tendo dito apenas que a sua filha está tranquila: “Ela está bem, com bom aspeto. Fiquei muito aliviada em vê-la. Já estou melhor, mas ainda não estou pronta para falar sobre o caso”, declarou Adelaide Ferreira.

A crer nos relatos do jornal “Gazeta”, que se publica na região, a polícia começou a investigar o caso no passado dia 4, quando Luana foi levada para o Hospital Universitário Júlio Muller, em Cuiabá, com hemorragias presumivelmente provocadas pelo aborto.

Os investigadores concluíram que Luana usou um remédio proveniente da Índia, comprado via Internet por 50 dólares.

A polícia garante, ainda, ter em seu poder elementos suficientes para provar que Adelaide Ferreira, o namorado brasileiro de Luana, de 21 anos, e a mãe deste “sabiam e participaram” no caso, o que os que coloca sob a alçada da justiça.

O Ministério Público de Mato Grosso vai agora decidir se acusará, ou não, Adelaide Ferreira e os outros dois adultos indiciados, sendo que “o crime de aborto com consentimento da gestante” é punido no Brasil com uma pena de quatro anos de prisão.

Luana, por ser menor, responderá por “ato infracional de aborto provocado” e poderá ser obrigada a cumprir um regime “socioeducativo” no Brasil.

Adelaide Ferreira disse à polícia que não teve conhecimento prévio do aborto feito pela filha. E revelou, ainda, que deixou Luana viajar para o Brasil com o namorado de 21 anos, em setembro passado, por ela ter tido bom aproveitamento escolar no último ano lectivo.