Quinze anos após a criação do Parque Ecológico do Funchal,
a área da lixeira do Pico do Areeiro é agora um campo florido
onde predominam os extraordinários massarocos (Echium
candicans
), arbustos endémicos da Madeira.

Quando, em Outubro de 2001, a Associação dos Amigos
do Parque Ecológico do Funchal iniciou o processo de
recuperação do ecossistema do Pico do Areeiro, poucos
foram os que acreditaram no sucesso dessa utopia.

Para cima dos 1.700 metros de altitude, o deserto provocado
por mais de cinco séculos de cortes de lenhas, incêndios e
pastoreio intensivo, afigurava-se como algo de irreversível.
De acordo com o investigador Raimundo Quintal, «graças à crença nas
leis da ecologia e à persistência de um grupo de cidadãos, a
biodiversidade está em franca recuperação naquele píncaro
da Ilha da Madeira», assegura este especialista.

Em Março de 1995, começaram as acções de plantação de
espécies indígenas com a participação de alunos de várias
escolas do concelho e de um grupo de guias intérpretes, que
voluntariamente fizeram questão de colaborar no nascimento
dum recanto atractivo onde outrora havia algo que denegria a
imagem da Madeira. A ilha ganhou, assim, um novo encanto, que vai a pena conhecer e descobrir.