Depois de ter levado 200.000 de visitantes no Museu de Arte de São Paulo, no Brasil, «VIK», a maior retrospetiva dedicada ao criativo pintor, escultor, designer e fotógrafo Vik Muniz, pode ser vista, até 31 de dezembro de 2011, no piso 0 do Museu Coleção Berardo, em Lisboa.

A exposição de fotografia do original criador brasileiro recorre a materiais tão díspares como doce de morango e pó.

Mas não só. A mostra, que reúne cerca de meia centena de trabalhos, apresenta também criações feitas com recurso a soldadinhos de chumbo, lixo, material informático inutilizado, recortes de papel, bonecos de plástico ou ainda a manteiga de amendoim, para recriar figuras e paisagens, verdadeiras obras de arte moderna que surpreendem pela sua singularidade e pela sua originalidade.

Desde retratos de mulheres e crianças feitos com lixo recolhido numa lixeira, passando por fotografias de paisagens onde as nuvens foram recriadas com o rasto de fumo deixado por um avião, imagens de atores produzidas com caviar e até cenários criados a partir de peças de puzzles, a imaginação parece ser o único limite do autor, nascido em São Paulo e a residir em Nova Iorque.

O destaque vai, no entanto, para o busto da atriz Elizabeth Taylor, falecida em março de 2011, concebido com diamantes verdadeiros (na foto). Mas a dupla recriação da Mona Lisa de Leonardo da Vinci em doce de morango e em manteiga de amendoim também surpreende. «Eu sou um inteletual preguiçoso e económico. Tenho ideias muito simples», justifica Vik Muniz.

A exposição, que tem entrada livre, já passou pelo MoMA de Nova Iorque, pelo Miami Fine Arts Museum, pelo México e pelo Canadá. «O meu trabalho está bem representado em coleções públicas e privadas. O desafio é levá-lo para um público mais diversificado, com a esperança de atrair mais interesse para o universo das artes plásticas», refere ainda o artista plástico, que também é escritor, ilusionista e crítico.