Ronan Bouroullec, designer e artista francês nascido em 1971, sempre explorou a interseção entre funcionalidade e expressão artística. Formado pela École Nationale Supérieure des Arts Décoratifs (ENSAD), fundou o seu próprio estúdio em Paris em 1995, antes de iniciar uma parceria criativa com o irmão, Erwan, em 1998. Juntos, desenvolveram peças icónicas para algumas das mais prestigiadas marcas de design. Em 2023, seguiram caminhos independentes, mas o traço distintivo de Ronan mantém-se evidente no seu mais recente projeto com a Vitra: a secretária Courier, um equilíbrio entre estética e minimalismo funcional.

Conhecido pelos seus desenhos minuciosos, onde repete padrões intuitivos com uma caneta de feltro japonesa, Bouroullec transporta essa sensibilidade para a Courier. A peça combina madeira e alumínio para criar um design leve e elegante, que reflete a sua abordagem artística ao mobiliário. “Tirei tudo até alcançar algo a que dou o nome de ‘solução nua’ – uma superfície fina de madeira sobre pernas. A Courier tem espaço suficiente para um computador portátil, alguns papéis e um monitor ou livros”, explica.

Ronan Bouroullec e a secretária Courier: quando o design se transforma em arte
Ronan Bouroullec e a secretária Courier: quando o design se transforma em arte créditos: Divulgação

Parte de uma linhagem de secretárias icónicas da Vitra, ao lado da Home Desk, de George Nelson, da Compas Direction, de Jean Prouvé, e da EDU, de Charles e Ray Eames, a Courier destaca-se pelo seu perfil subtil, cuja silhueta remete para uma fonte serifada – uma inspiração que deu origem ao seu nome. Mais do que uma peça de mobiliário, a Courier é uma síntese entre design e arte, um reflexo da linguagem visual que sempre acompanhou o percurso de Ronan Bouroullec.

Para além do design industrial, o seu trabalho artístico tem vindo a ganhar reconhecimento internacional, com desenhos adquiridos por coleções prestigiadas como as do Art Institute of Chicago, do Cooper-Hewitt, Smithsonian Design Museum e do Centre Pompidou. Com a Courier, Bouroullec continua a desafiar os limites entre utilidade e expressão, criando objetos que transformam espaços e contam histórias através da forma.