O cenário é desolador. O incêndio que deflagrou em Vila Cova, Espiunca, ao início da tarde de segunda-feira, consumiu perto de 500 hectares de floresta e destruiu 600 metros dos Passadiços do Paiva, entre a Praia Fluvial do Vau e Espiunca. Numa altura em que a Câmara Municipal de Arouca tinha anunciado o prolongamento da nova atração turística da região em mais quatro quilómetros, vê-se agora a braços com uma intervenção que ronda os 130.000 € para recuperar os cerca de 600 metros da estrutura de madeira afetados pelas chamas.

Os trabalhos, que implicam o encerramento ao público da estrutura perto do final de outubro, podem ser acompanhados no site oficial do empreendimento. As visitas agendadas ao Arouca Geopark serão reorientadas. Depois da recuperação, para monitorizar as visitas aos passadiços, que até aqui eram gratuitas, o município, que gere o espaço, vai criar uma plataforma informática que permita controlar o número de entradas, limitando-as a um máximo 3.500 diárias, mediante inscrição prévia e pagamento de bilhete.

«Houve dias em que passaram por aqui perto de 10.000 pessoas», justifica fonte próxima da autarquia. Inaugurados a 20 de junho, os Passadiços do Paiva vieram dar uma nova vida à região, que nunca tinha recebido tantos visitantes. «A natureza tem de ser vivida e sentida», defendeu já publicamente Artur Neves, presente da autarquia local. Veja a galeria de imagens da nova atração turística de Arouca antes do incêncio que a atingiu.

Texto: Luis Batista Gonçalves com Tiago Martins (fotografia)