É no coração da Praça David Leandro da Silva, nos antigos Armazéns Vinícolas Abel Pereira da Fonseca, que nasceu o 8 Marvila, um projeto de reurbanização efémero, com um prazo de três a cinco anos, que tem dado uma nova vida à zona oriental de Lisboa. Este espaço, com uma oferta de produção local de cultura, comércio, restauração e desporto, convida o público a um momento de pausa numa cidade em constante aceleração.
“Pegar num espaço totalmente abandonado, muito degradado e com bastante lixo e fazer um projeto desta dimensão, com 22 mil metros quadrados, em pouco mais de um ano, foi uma luta contra o tempo, um grande desafio”, destaca José Rebelo Pinto, curador do 8 Marvila, ao SAPO Lifestyle.
Por se tratar de um projeto temporário, em funcionamento enquanto a empresa dona do edifício não o submete a obras estruturais, foi “desafiante, numa fase inicial, angariar os parceiros certos que estivessem dispostos a fazer parte do 8 Marvila nessas condições”, salienta.
Um desafio superado com sucesso, uma vez que tem funcionado a todo o vapor, estabelecendo-se como um polo de cultura e de comércio independente, onde a arte, a gastronomia e o desporto coabitam em harmonia.
E o que poderá encontrar neste espaço? Por entre a variada oferta, descobrirá: duas lojas de roupa em segunda mão, a Anomaly_lx e Black Mamba; RCICLA, uma loja de personalização e reparação de bicicletas; um showroom dedicado aos amplificadores e sistemas de som da Marshall; o The LIsbon Frame, onde os amantes de fotografia poderão revelar as suas fotografias analógicas; a Planta Livre, reconhecida pelos seus viveiros próprios, produção e venda de plantas ornamentais e substratos; o Taqueria Paloma, um restaurante mexicano, e a Scoop n Dough, com os seus famosos donuts e gelados artesanais.
Numa das antigas cubas de vinho encontrará a Galeria de Arte de Luísa Pereira da Fonseca, trineta de Abel Pereira da Fonseca, fundador dos Armazéns Vinícolas que outrora habitaram aquele espaço. A jovem artista plástica partilha as suas obras pela primeira vez, num espaço transformado num “cantinho de casa” onde a música de um gira-discos dá ainda mais vida àquele lugar. “Já me aconteceu chegar aqui e encontrar casais e crianças a dançar, é muito bonito de ver”, partilha. “Nós aqui [no 8 Marvila] temos uma filosofia muito gira que é 'de pessoas para pessoas' e isso nota-se, os visitantes têm elogiado muito essa energia”, destaca.
Ao lado da galeria encontrará o The Cosmic Collective de Juliana Torres, um “espaço místico” onde poderá usufruir de uma experiência holística com várias terapias e tratamentos alternativos, nomeadamente sessões de reiki, leitura de cartas e oráculos.
“A nossa ideia é normalizar estas terapias, muitas vezes consideradas alternativas e até marginais, e torná-las acessíveis”, conta-nos. “Inicialmente há sempre aquele impacto de curiosidade, as pessoas entram neste espaço sem saber muito bem para onde estão a entrar, ou o que se passa aqui… No entanto, não me deparei com uma grande resistência. As pessoas, com diferentes idades e estilos de vida, têm demonstrado um grande interesse por este universo, e têm-me surpreendido imenso”, confessa.
Para os amantes de desporto, o Nave Padel é paragem obrigatória. Com oito campos de padel e um de pickleball - o primeiro espaço coberto da modalidade em Lisboa – o lugar tem uma entrada própria, no final da Rua do Açúcar, e é o plano perfeito para uma tarde em família e amigos.
Estas são apenas algumas das várias surpresas que poderá encontrar no 8 Marvila, um lugar cheio de histórias que nos dão vontade de tirar o telemóvel do bolso e fotografar cada cantinho.
O SAPO Lifestyle visitou o 8 Marvila a convite do próprio.
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