São muitas as pragas que podem atacar as plantas, como é o caso das pragas sugadoras, que sugam a seiva das variedades botânicas, deixando-as fracas e doentes. Entre elas incluem-se a cochonilha, neste caso a cochonilha-algodão, mas também pode ser a cochonilha-lapa, assim como o pulgão ou afídio, o piolho das plantas, que se apresenta de várias cores. "É terrível", avisa Teresa Chambel, arquiteta paisagista, blogger de jardinagem e diretora da Jardins.

A mosca-branca, outra praga sugadora, "é um inseto muito pequenino mas, se virarmos as folhas, conseguimos ver uns pontinhos e, se tocarmos nas folhas, esvoaçam. Dão conta das plantas, que ficam com as folhas moles e manchadas e, depois, secam", alerta a especialista. "Estes insetos, principalmente os pulgões e as cochonilhas, produzem uma melada doce que atrai fungos e os caules e folhas podem ficar cobertos de fungos", acrescenta ainda.

Quando essa situação se verifica, ficam "totalmente pretos", sublinha. "É a chamada fumagina, que conduz à morte da planta, pois esta não consegue fotossintetizar e morre. Estas meladas podem ainda chamar as formigas para ajudar à festa e, estas embora possam não fazer mal às plantas, propagam a praga e podem fazer formigueiros nos nossos vasos, o que é outra coisa que ninguém quer", afirma a diretora da revista de jardinagem mais lida em Portugal.

Como reconhecer estas pragas

Teresa Chambel, arquiteta paisagista, blogger de jardinagem e diretora da Jardins, aponta as diferenças:

- Pulgão

Ataca principalmente as plantas suculentas, sendo as flores e rebentos as partes mais atacadas numa fase inicial. "Mas, a seguir, vai tudo", refere a especialista. "Vê-se a olho nu e pode ter várias cores mas, quando surge, aparece aos milhões. Pouco depois, as folhas começam a ficam encarquilhadas e secam", realça Teresa Chambel.

- Cochonilha

Existem vários tipos. "A mim, normalmente, aparece-me a estúpida da algodão, que se reproduz muito, deixando as plantas com bolinhas de algodão", lamenta a blogger. "Pode ter carapaça rija, calcária e castanha ou ser mole e branca. Aparece muito em plantas de interior, principalmente em zonas pouco ventiladas. Pouco depois, a planta começa a enfraquecer, as folhas a descorar e a secar", adverte.

- Aranhiços-vermelhos

Nos jardins e hortas, podem ser comuns os chamados aranhiços-vermelhos, ácaros tetraniquídeos. "São chamados de aranhiços, porque formam teias nas quais se deslocam e através das quais se protegem dos predadores. Estas teias cobrem as folhas e, normalmente, são produzidas quando as populações de ácaros são elevadas. Geralmente, formam colónias numerosas e o seu ciclo de vida é bastante curto", realça.

As soluções caseiras a que pode recorrer

Num vídeo elaborado a partir do seu terraço, Teresa Chambel, arquiteta paisagista, blogger de jardinagem e diretora da Jardins, explica o que pode fazer para combater estas pragas sugadoras, protegendo desta forma as suas plantas. Para além de detergente da loiça e de álcool, vai necessitar de vinagre, de alho, de água e de detergente da roupa. Depois, é só seguir as instruções da especialista, que encontra descritas com maior pormenor no final deste artigo.

Uma das soluções a que pode recorrer passa por um preparado à base de detergente da loiça, álcool e vinagre. Um inseticida caseiro que pode, depois, aplicar contra o pulgão, a cochonilha e o aranhiço-vermelho. Para o preparar, misture um litro de água com uma colher de sopa de detergente da loiça amarelo e uma colher de sobremesa de álcool ou de vinagre e misture bem. Também pode utilizar detergente da roupa em substituição do da loiça.

Com alho ou cebola, também pode fazer outro inseticida natural contra pulgões, formigas, lagartas e cochonilhas. Nesse caso, misture 500 mililitros de água com dois dentes de alho ou 100 gramas de cebola e uma colher de chá de detergente da loiça. Triture tudo no liquidificador ou com uma varinha mágica. No fim, coe-o e transfira-o para um borrifador. Pode aplicar estes dois preparados em todas as plantas mas nunca o faça com sol direto nem com chuva.

Deve repetir a aplicação a cada três dias, até a praga desaparecer por completo. "Pode aplicá-la uma vez por semana, em alternativa, como gesto preventivo", aconselha ainda Teresa Chambel. "É importante salientar que há, para além destes, alguns cuidados que devemos ter no quotidiano para que as nossas plantas sejam mais saudáveis", recomenda a arquiteta paisagista, blogger e diretora da revista Jardins, que aponta alguns dos principais de seguida:

- Devem estar localizadas em zonas com as horas de luz e sol ideais para elas.

- Devem ser plantadas em vasos bem drenados e com um substrato adequado.

- Devem ser limpas e podadas regularmente, eliminando as folhas e flores secas e doentes.

- Devem ser fertilizadas regularmente mas nunca em excesso.

- Devem ser observadas atentamente e regularmente.

- Deve ter plantas que ajudam a afastar naturalmente algumas das pragas, como é o caso do manjericão, do alecrim, da erva-príncipe, da capuchinha, da calêndula, da hortelã, da arruda e da tagetes.

- Dentro de casa, deve ter o cuidado de ventilar bem as divisões onde tem plantas, para fazer circular o ar no interior da habitação, também como forma de prevenção.