É com satisfação que afirmo que nos dias de hoje, o feng shui já está disponível a qualquer um. No entanto, existe uma miscelânea de informação, desde os livros e revistas tecnicamente muito bons até aos livros de “receitas faça você mesmo”.
É aqui que devemos estar atentos para saber o que nos convêm.
O feng shui é uma arte que pode ser trabalhada de diferentes maneiras consoante a escola que se utiliza: a escola da forma dá uma maior importância aos fluxos do chi, já a escola do chapéu negro determina que a porta de entrada está sempre na direcção do eixo dos sectores nordeste, norte e noroeste, por sua vez a escola da bússola trabalha com os pontos cardeais reais, referindo a importância da exposição solar.
A maioria das pessoas que pega num livro ou artigo de feng shui pela primeira vez, considera-o muito interessante e parece que tudo faz sentido, no entanto, quando tem contacto com outro livro começa a constatar que a informação parece contraditória.
Pois a verdade é que não há contradições mas sim situações diferentes que inicialmente possam parecer semelhantes mas que nos são apresentadas com soluções ou propostas diferentes.
Neste momento a confusão já é grande, e a culpa não é do feng shui , mas sim das tentativas de criar feng shui pré-fabricado, faça você mesmo, rápido e simples.
Num artigo ou livro de feng shui podemos explicar um ou outro exemplo prático e até podemos fazer alguma recomendação mais universal ou generalista, mas não podemos esperar que alguém fique a saber fazer feng shui apenas com isso.
Outra fonte de confusão é a má tradução a partir de textos estrangeiros que leva mesmo à alteração do sentido das expressões. Muitas vezes “compass” em inglês foi traduzido para compasso em vez de bússola, a energia árvore é muitas vezes apelidada de madeira confundindo-se depois com o material madeira, etc...
Outra situação é a proposta decorativa segundo hábitos e costumes a que não estamos familiarizados, como é o caso de propostas demasiado asiáticas, moedas penduradas em fios vermelhos, espelhos côncavos emoldurados num ba gua e pendurados nas portas, imagens ou estatuetas para as quais não sabemos ao certo o seu simbolismo.
Procure alguém que a possa ajudar e em quem possa confiar. Utilize o seu sexto sentido e faça apenas aquilo que para si faça sentido.
Afaste-se de “especialistas” que só lhe querem vender peças para decorar o seu espaço. Algumas peças podem ser bastante utilizadas com ferramentas de harmonização dos espaços, mas elas por si só não fazem o trabalho. É muito importante o local onde são colocadas e como as utiliza, por isso fuja das receitas e lembre-se que cada caso é diferente de outro. Por vezes basta um pequeno pormenor para modificar toda a qualidade da energia de um espaço.
No feng shui, tal como noutras disciplinas, existe algo que podemos chamar de bom senso e que vai permitir seguir diferentes estilos.
O feng shui dá as ferramentas de trabalho para harmonizar o espaço mas não deve nunca sobrepor-se ao seu gosto pessoal e ao seu modo de vida.
Texto de: Alexandre Saldanha da Gama | Site: Fluir
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