A 5ª feira de Ascensão celebra a subida de Jesus ao Céu, 40 dias depois de ter ressuscitado. Quarenta dias depois da Ressurreição, Jesus apareceu pela última vez aos seus discípulos, em Jerusalém, e levou-os ao Monte das Oliveiras. Depois de lhes ter renovado a promessa do Espírito Santo, ergueu as mãos ao céu e abençoou-os. Depois, começou a elevar-se no ar e desapareceu. Então, apareceram dois anjos a anunciar que Jesus regressaria. Os discípulos deixaram o Monte das Oliveiras e regressaram a Jerusalém.

Acredita-se que este costume nasceu de um antigo ritual cristão, de abençoar os primeiros frutos do ano.

Por ter uma ligação com a Natureza, pensa-se que este costume vem de ainda mais atrás no tempo, estando ligado a antigas tradições pagãs associadas às festas da deusa Flora que aconteciam por esta altura e às quais se mantém ligada à tradição dos Maios e das Maias.

O Dia da Espiga era também o "dia da hora" e considerado "o dia mais santo do ano", um dia em que não se devia trabalhar. Era chamado o dia da hora porque ao meio-dia tudo parava: "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam".

Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e também se colhiam as ervas medicinais. Cada elemento que compõe o ramo simboliza um desejo:

- A espiga: o desejo que haja pão, que nunca falte comida.
- As folhas de oliveira: que haja paz (a pomba da paz traz no bico um ramo de oliveira) e que nunca falte a luz (divina). Dantes as pessoas alumiavam-se com lamparinas de azeite.
- As flores: que haja alegria (simbolizada pela cor das flores)
- O malmequer: ouro e prata
- A papoila: amor e vida
- O alecrim: saúde e força

O ramo é guardado ao longo de um ano, até ao Dia da Espiga do ano seguinte, pendurado dentro de casa.