Muitos pensam que tem origem oriental mas, na realidade, as várias espécies de bambu provêm de todos os continentes, à exceção do europeu. Desde a década de 1980 que o recurso a esta planta tem vindo a intensificar-se para várias finalidades, incluindo a alimentar, a industrial e a agrícola. Nos jardins, os bambus podem ser utilizados nas mais diversas situações e estilos, combinando-se facilmente com outro tipo de plantas.
Adequam-se, principalmente, a jardins minimalistas, contemporâneos, de inspiração oriental e tropical. Podem ser utilizados como sebe viva e como tufos isolados, em maciços e até em vasos. Calcula-se que, atualmente, em todo o mundo, existam acima de 1.250 espécies de bambus, estando incluídas no rol as espécies anãs, que crescem até 1,5 metros, as médias e as gigantes, que ultrapassam, muitas vezes, os nove metros.
Vantagens e desvantagens da utilização de bambus
O uso do bambu no paisagismo tem diversos benefícios. O rápido crescimento, a folhagem persistente, as raízes pouco profundas, a fácil fixação dos solos em encostas e noutras zonas de maior erosão, o serem excelentes para corta-vento, para vedações ou para sebes, a grande variedade de espécies que permite jogar com vários tipos de design, a fácil manutenção e a rápida propagação e resistência são algumas delas.
Os bambus podem ser utilizados em diversos suportes e ambientes, em vasos, terraços, varandas, canteiros mistos, ao sol ou à sombra. No entanto, os bambus possuem uma grande desvantagem que não é, muitas das vezes, considerada e para a qual é preciso alertar. A grande parte das espécies é invasiva e tem uma rápida propagação e crescimento rápido, podendo passar depressa de planta ornamental a praga.
A sua propagação faz-se, por norma, na forma de rizomas que se estendem pelo solo, podendo alastrar-se por uma extensão de vários metros lineares, uma situação que importa evitar e prevenir desde o início da plantação desta variedade botânica muito presente em jardins de inspiração oriental. Podem, inclusivamente, passar por debaixo de muros e vedações e acabam por se alastrar para terrenos circundantes.
Para não existir propagação, antes de plantar, abra uma vala com aproximadamente um metro de profundidade e coloque uma barreira física a circundar a planta. Existem à venda no mercado telas próprias antirrizomas, que possuem uma resistência superior face a uma tela antirraízes. Outra barreira utilizada poderá ser um murete em cimento, desde que este seja devidamente sólido para não rachar e deixar passar rizomas.
Plantação e manutenção
O melhor período para a plantação de bambus é o que se inicia no final do verão e durante o outono. O solo deve ser leve e bem drenado, preferencialmente com um pH ácido a neutro. A quantidade de água e a frequência com que se regam os bambus está dependente do tipo de solo, das condições de precipitação habituais, da humidade atmosférica e do vento, só para referir alguns dos fatores climatéricos a ter em conta.
Os bambus podem ser regados por sistema de gota a gota ou por aspersão, conforme as condições de cada local. Podem ser podados para aumentar a densidade da folhagem, para lhes dar a forma desejada ou apenas para reduzir o tamanho dos mesmos. De preferência, deve podar após o crescimento dos rebentos novos, quando surgem as primeiras folhas. Esta planta fascinante pode fazê-lo viajar sem sair do seu jardim.
Se pretende plantar bambus, além de seguir escrupulosamente as regras e as indicações que aqui lhe apresentamos, em caso de dúvida, aconselhe-se previamente com um viveiro especializado na produção desta variedade botânica, sobre qual o bambu ideal para o seu espaço, interior ou exterior. Até porque aquele(s) de que mais gosta pode(m) não ser aquele(s) que melhor se adequa(m) ao espaço exterior que pretende ajardinar.
Texto: Bruno Aguiar (designer de jardins)
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