Coragem. Porquê coragem? Porque dificilmente nos voluntariamos para expor a nossa vulnerabilidade, para despir a nossa armadura, para sinalizar a dor.
É realmente mais fácil reclamar do outro, apontar-lhe o dedo, acusá-lo de desleixo e desinteresse. Contudo, as relações são sempre bilaterais. Bem sei que poderá estar a soar uma voz interna que afirma ‘mas sou sempre eu a tomar a iniciativa’, ‘sou sempre eu a procurar’, sou sempre eu a convidar’.
Pode ser tudo verdade, e, a ser, talvez seja oportuno avaliar as suas relações, reconsiderar as suas prioridades. Ainda que seja verdade e que avalie – agora - as prioridades, seja igualmente flexível para procurar, com curiosidade e sem julgamento, o que se passa na vida do outro. Note que o outro pode ser um amigo, um familiar, um colega de trabalho.
Gostava mesmo que fosse capaz de se preparar para abordar estas pessoas das quais reclama atenção, pois, porventura, poderá ser surpreendido.
Tendemos, algumas vezes, a assumir que a vida do outro é muito mais feliz, fluída, leve e preenchida de acontecimentos incríveis, do que a nossa, só que nem sempre corresponde à verdade. Quantas pessoas estão, neste preciso momento, a sentir uma profunda solidão? Demasiadas. As redes sociais são realmente perigosas (neste aspeto) pois dá-nos uma falsa ilusão do que é a vida dos outros. Generalizamos, assim, a vida das pessoas às partilhas nas suas redes sociais, e, iludimos, igualmente, os outros, com o que preferimos nós partilhar.
Tudo o que não é verbalizado deixa espaço para o que nos for mais confortável acreditar, o que, em caso de pessoas extremamente inseguras, é um poço com um fundo demasiado profundo.
Na passada 2ª feira, dia 20 de julho, vivemos uma lua nova em caranguejo, que nos pede que olhemos para as nossas emoções, para as nossas prioridades, para o que queremos realmente nutrir na nossa vida.
Devemos cuidar das nossas relações com a devida atenção, pois tendemos a manter relações bem antigas por força do hábito e não necessariamente porque ainda existem elos de ligação. Vamos aproveitar a energia da lua nova para olhar para laços antigos e avaliar se ainda nos fazem sentido manter. Manter por amor e não por hábito, manter por amor e não por culpa.
Quanto mais conscientes estamos do nosso valor mais seletivos vamos ser nas relações que escolhemos manter na nossa vida. E sim, sermos seletivos nas nossas relações está correto! Estamos cansados de viver relações, rotinas e rumos tóxicos. Estamos sedentos de relações que nos acrescentem, estimulem, e se queremos atrair pessoas que possam contribuir para esta dinâmica, temos, também, de promover essas capacidades em nós.
É uma excelente altura para dar início a conversas transformadoras, uma excelente altura para criar espaço para novas amizades. Não existe uma idade limite para fazer novos amigos, não se deixe enganar por eventuais crenças que possa ter. Explore!
Se a mudança é a única constante na vida, então todos nós vivemos novas versões nossas com muita frequência, as quais podem não ressoar em relações mais antigas e vice-versa.
Olhe para as suas atuais relações, procure criar oportunidades para falar das mesmas sem vergonha, medo ou julgamento. Deixe de se pré-ocupar com relações que já não lhe acrescentam nada, que só lhe devolvem emoções que o possam fazer sentir mal, diminuído. Seja curioso e explore novas relações, resgate o seu adolescente e vá ao encontro de quem partilha os seus gostos atuais, causas atuais, estilos de vida idênticos.
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Quem acolher ser, será.*
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