Embora a época do Natal represente o amor, a compaixão, a fraternidade, o perdão e todas as melhores qualidades e valores do ser humano, a verdade é que realmente ele tem o significado que cada um lhe dá.

Se a maioria continua a fazer um esforço para se alinhar com a elevada proposta espiritual, tradicional e emocional deste tempo mágico e cumprir as tradições de um tempo relativamente feliz, nem sempre isso é fácil para todos.

Para uns, o Natal significa a tristeza e saudade daqueles que já um dia animaram a mesa da festa e hoje já lá não estão. Para outros é o vazio e a solidão de estarem sozinhos ou num país distante ou de simplesmente não terem o apoio da família. Para outros é a constatação de mais um ano presos numa realidade tóxica que há muito vê adiada uma atualização e libertação. Ou pelo contrário, pode ser o desconforto de um natal diferente dos anteriores, a testar uma nova realidade, uma nova identidade e até uma nova carteira, mas ainda sem o conforto, a estabilidade e a segurança desejadas. Para outros ainda é a ansiedade e o desconforto de uma doença assustadora.

A ideia que quero deixar é que o Natal, seja ele maravilhoso e perfeito (o que é raro para não dizer impossível) ou seja, em condições menos ideais, continua a ser a proposta de ascensão ao quotidiano rumo a uma realidade mais bela e espiritual. É um estado de ser e não de ter. É o convite de transcendência da rotina e das nossas “normais” formas de pensar e agir para uma postura mais rendida, mais amorosa e mais respeitosa pelos valores universais. É a lembrança cósmica da possibilidade de vivermos nem que seja por um momento, uma época ou simplesmente um jantar de forma maravilhosa onde cada um se alinha com os valores universais e coopera para o bem maior.

Lembro-me desde sempre perguntar porque não poderia ser Natal o ano inteiro. E não por causa dos presentes, mas porque me fazia confusão as pessoas se mostrarem mais doces, disponíveis, tolerantes e felizes naquele mês e não nos outros.

É nesta “oitava acima” ou frequência energética tão típica do espírito do Natal que acedemos ao que no dia a dia nos parece ser mais desafiante de lembrar:

- A gratidão pelas oportunidades de crescimento.
- A companhia e presença daqueles que amamos e nos amam incondicionalmente.
- A superação de obstáculos e as ajudas que vamos recebendo pelo caminho.
- O facto de termos um teto em cima da cabeça, comida na mesa e os mais variados confortos.
- A força, coragem e confiança que vamos ganhando para continuar a nossa viagem a atingirmos os nossos sonhos.

Habituámo-nos culturalmente a associar o Natal a um tempo próprio daquele mês, a uma família feliz e unida à volta de uma mesa cheia de tradições e costumes. A embrulhos com coisas lá dentro debaixo de uma árvore maravilhosamente decorada.

Tudo passou a ser mais “ritualesco” do que “espiritual”, mais exterior do que interior, mais material do que emocional fazendo a maioria acreditar que quem não cumpre os rituais, não tem um Natal feliz. Mas não é bem assim...

Hoje sabemos que muitos são o que estão a passar pela desestruturação da família raiz ou pelo fim de um casamento. Muitos são os que estão a viver processos judiciais desafiantes com quem nunca pensaram ser possível. Muitos são os que terão que respeitar os acordos de parentalidade e não ter quem amam perto de si. Muitos são os que não terão dinheiro para mesas ou árvores recheadas. Muitos serão os que se sentirão sem vontade de festejar por causa da doença, da solidão, da tristeza, da revolta, e tantas outras emoções capazes de deitar abaixo a mais bela ideia de Natal.

Mas o espírito natalício é isso mesmo. Um estado de ser, de estar, de sentir e é importante que se aplique à realidade pessoal de cada um e que o facto de não ser possível ter um Natal “perfeito” não é razão para que o Natal não seja feliz na mesma. Foquemos então:

- Na superação dos nossos desafios;
- Nas nossas pequenas/grandes conquistas pessoais;
- Na resiliência da sobrevivência do dia a dia;
- Na flexibilidade com que ultrapassamos obstáculos diários;
- Na criatividade que aplicamos na nossa rotina;
- Na fé que nos move a seguir a nossa verdade;
- Na coragem de continuar todos os dias e de acreditarmos numa realidade melhor;
- Na gratidão de quem nos ama e apoia;
- Na sabedoria que recebemos e que nos vai ensinando que TUDO, bênçãos e desafios fazem parte da viagem terrena e que são escolhidos individualmente de acordo com os processos de cada um.

Estas e muitas outras forças invisíveis dentro de nós são o verdadeiro “espírito Natalício” e cada uma delas é possível a qualquer um de nós a qualquer momento.

A mensagem do poder pessoal, seja Natal ou não, sempre nos ensinou e convidou a colocar a nossa atenção, foco e energia no que já somos, no que já temos e no que queremos de melhor e a não desperdiçarmos a nossa energia com o que não temos, com o que não somos ou não queremos.

O amor é a força universal que mantém os opostos em equilíbrio.

Que este Natal o ajude a potenciar e elevar a sua energia, seja em que condições internas ou externas for, pois esse é o verdadeiro espírito da época.

Festas Felizes!

Sobre a autora

Vera Luz, Autora e Terapeuta de Regressão e Orientação Espiritual. Há mais de 15 anos a relembrar a cada um o propósito por trás dos eventos da vida, a desvendar a história karmica de cada um, de maneira a vivermos conscientes e em abundância.

É autora dos livros: - “Regressão a vidas passadas” - "Do Drama para o Dharma” - "A cabeça pergunta a Alma responde” - “Acorda o Teu Poder Interior” - “Uma Nova Visão do Mundo” - “Oráculo” e das cartas: - “Tarot da Alma” - “As Cartas da Determinação” - “As Cartas da Gratidão”

Consultas: 967 988 990

veraluz@veraluz.pt

www.veraluz.pt

www.facebook.com/veraluz.regressao