
Numa altura em que os smartphones são mais do que telefones portáteis e apresentam-se como centros de produção multimédia e de entretenimento, desenvolver um aparelho leve e fino com múltiplas funcionalidades pode ser inovador. No entanto, também nos remete para os anos 2000, altura em que os telemóveis começavam a popularizar-se e a dar maior importância ao design, para além do funcionamento.
Exclusividade: um luxo que não é para todos
O primeiro telemóvel a ser comercializado no mundo – e a começar a mudar a forma como comunicamos –, foi apresentado pela Motorola no dia 3 de abril de 1973 e só chegou ao mercado dez anos depois como DynaTAC 8000X.
Longe do design e autonomia dos telemóveis atuais, o DynaTAC, desenvolvido pela equipa do engenheiro Martin Cooper, atraía mais pelo que representava – inovação – do que pela praticidade: demorava dez horas a carregar a bateria por completo e só tinha 30 minutos de autonomia. Apesar de portátil, o inovador aparelho, que permitia armazenar até 30 números de telefone (algo incrível para a época), acabou por ficar conhecido por "tijolo" devido às suas dimensões e robustez: media cerca de 33 centímetros de altura e pesava quase um quilo.
Ainda que o nome "tijolo" possa parecer depreciativo, o 8000X era um objeto desejado por muitos, contudo, só poucos tinham a possibilidade de pagar para estar "ligados" – custava 3.519,86 euros, o equivalente hoje a mais de 10.000 euros. Estima-se que o primeiro modelo da Motorola, símbolo de status, tenha vendido cerca de 2 mil unidades entre 1983 e 1984.

Dos "tijolos" aos icónicos flip flops: a revolução dos anos 1990 e 2000
Nos anos 1990, começaram a surgir mais opções no mercado, o que contribuiu para que se tornassem mais pequenos e acessíveis, bem como enviar mensagens de texto – algo que os primeiros "tijolos" não permitiam.
Perto do final do século XX, alguns dispositivos passaram a incluir jogos como o popular Snake e, segundo a BBC, em 1999, surgem os primeiros telemóveis com câmara.
Já parecia tudo inventado, ou pelo menos o necessário: telefonar a partir de qualquer lugar e enviar mensagens de texto. Assim, como poderia o setor causar o efeito "uau" e ir mais além? Depois de décadas a carregar "tijolos" para se poder estar ligado, o que poderia surpreender ou ser valorizado? O design, o tamanho e o peso.
Já nos anos 2000, os "tijolos" tornam-se objeto do passado e os equipamentos mais pequenos, os mais desejados. Quanto mais pequenos, mais impressionantes e sofisticados. A personalização também começa a ganhar espaço com as marcas a apostarem cada vez mais em diferentes cores e estilos.

Enquanto uns julgavam que o desafio seria criar um aparelho que fosse do tamanho do polegar, a indústria troca-nos as voltas com a chegada do primeiro iPhone em 2007. A partir daqui e com o crescimento dos ecrãs táteis, os telemóveis voltam a crescer em tamanho e, muitas vezes, também em espessura.
De repente, deixam de caber no bolso e malas pequenas para levar a uma festa. Já não falamos apenas de telemóveis, mas de smartphones, que também passaram a ser essenciais no nosso dia a dia. Sem grande dificuldade e a partir de quase qualquer dispositivo, conseguimos tirar fotografias, filmar, efetuar transações bancárias, pagamentos em lojas, videochamadas, bem como consumir conteúdos multimédia, entre outras opções.

Com várias opções para a maioria das carteiras e designs cada vez mais semelhantes, como é que a indústria poderá surpreender-nos? Talvez com a criação de aparelhos ultrafinos, como o lançado pela Samsung.
Para Bernardo Cunha, da Samsung Portugal, o modelo "representa um verdadeiro ponto de viragem na experiência móvel". O representante assegura que o equipamento, com apenas 5,8 mm de espessura, é mais do que "o smartphone Galaxy mais fino de sempre", é "um feito de engenharia que alia uma estética sofisticada a um desempenho de topo, sem comprometer a resistência".
O smartphone como acessório e extensão da identidade
Cada vez mais presentes na vida dos consumidores, os equipamentos móveis funcionam quase como uma extensão do nosso ser: guardam memórias da nossa vida, documentos oficiais, contas bancárias, listas de música, agendas pessoais e do trabalho, entre outras coisas.
Adicionalmente, são dos acessórios mais visíveis que utilizamos no nosso quotidiano: tanto marcam presença em reuniões e são a nossa carteira como aparecem em selfies captadas ao espelho. Hoje, os smartphones não ficam escondidos no bolso e, por isso, a estética ganha peso e ajuda a expressar quem somos.
"O Galaxy S25 Edge foi pensado para um público exigente, que valoriza, tanto o design sofisticado, como a tecnologia de ponta, procurando um equipamento eficiente, mas ergonómico", explica Bernardo Cunha, defendendo que a preocupação com o design e desempenho é o que distingue o ultrafino da marca.
Com cada vez mais produtores de conteúdos digitais e consumidores a preferirem investir em smartphones em vez de em computadores ou máquinas fotográficas, as marcas não poderão descurar do desempenho em prol do design. É por isso que Bernardo defende que o novo equipamento da multinacional sul-coreana vem "acelerar a inovação em toda a indústria móvel".
"Colmata uma lacuna identificada nas gerações mais jovens – Gen Z – que procuram dispositivos versáteis, criativos e que permitam uma forte aposta em fotografia, vídeo e inteligência artificial, integrando tudo num dispositivo que reflete o seu estilo de vida e rotinas", observa.
Com apenas 5,8 mm de espessura e 163 g de peso, o Samsung Galaxy S25 Edge chegou à Europa na passada sexta-feira, dia 30 de maio. Na corrida dos ultrafinos e, conforme o SAPO Tek, encontra-se a empresa chinesa TECNO, com o Spark Slim, que deverá ter uma espessura de 5,75 milímetros, e a Apple com o iPhone 17 Air.

Os smartphones podem já não ser uma novidade, mas continuam a reinventar-se. Agora, parece que o objetivo é combinar forma com função, estética com engenharia. Se os anos 2000 celebraram o mini, 2025 celebra o ultrafino — e a corrida está apenas a começar.
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