Sabe quais são os pratos que se preparam noutros países? Na Alemanha, o menu inclui carne de porco, ganso assado, javali (assado ou em salsicha) e sopa. Já os australianos têm um Natal mais fresco dado que o nosso inverno é precisamente o verão deles triunfando os piqueniques ao ar livre onde é comum comer peru e como sobremesa pudim de ameixas. Na África do Sul, também há um que se tende a destacar mais.
O prato estrela é o arroz com passas e frutos secos, os legumes e a torta de carne moída. Em França, os escargots, os famosos caracóis, tal como as ostras, são os protagonistas. Nos Estados Unidos da América, não pode faltar o puré de batata (o instantâneo também serve) e o bolo de abóbora. Os japoneses, por seu lado, celebram o Natal com sushi e sashimi, enquanto que em Itália desfrutam o bacalhau e, claro, a massa!
Em Portugal, como bem sabemos, come-se bacalhau, cozido com couves e ovos, apesar das gerações mais novas o preferirem no forno. Também é costume comer peru, polvo e as tradicionais rabanadas, juntamente com as filhoses, os sonhos e as azevias, habitualmente de grão ou de batata-doce. Nos últimos anos, o tradicional bolo-rei com frutas cristalizadas tem vindo a perder terreno para o bolo-rainha, confecionado apenas com frutos secos.
Os talheres que (não) se utilizam
O talher tem um papel muito importante e todos os utensílios devem ser colocados corretamente, seguindo a ordem da refeição, de dentro para fora, com os garfos e as colheres à esquerda e as facas à direita. Relativamente às bebidas, a água marca a posição inicial e coloca-se à frente do prato principal, ficando à sua direita o copo de vinho tinto e o de vinho branco. Mas, se celebra o Natal na Índia, esqueça os talheres e lance-se a jantar utilizando as mãos.
Já noutros países sucede o contrário. No Brasil e no Chile, por exemplo, nunca deve tocar a comida com as mãos. Come-se tudo com os talheres. No Japão, deve-se comer com os pauzinhos, mas cuidado porque é mal visto cruzá-los ou partilhar comida com a pessoa que está ao seu lado. Na Tailândia, nunca se come diretamente com o garfo. Este só é usado para empurrar a comida até à colher. Na Itália, consideram um autêntico sacrilégio comer a massa com a colher.
As regras de cortesia a ter em conta
As regras de cortesia e as boas maneiras à mesa devem andar de mãos dadas mas, para isso, é preciso conhecê-las. Se falamos de boas maneiras à mesa, existem países que têm costumes estranhos e opostos aos nossos. Por exemplo, no Japão é boa educação fazer o maior ruído possível enquanto se come. Quanto mais ruído fizer, melhor, já que para eles isso quer dizer que está a desfrutar da comida.
Por outro lado, nos países árabes e também na China, é boa educação arrotar ao terminar de comer para demonstrar que gostou da comida, algo que na generalidade dos países ocidentalizados é visto como má educação e até falta de respeito. Também na China, é má educação deixar o prato vazio, contrariamente ao que ocorre na Índia, onde é má educação não comer tudo o que estiver no prato.
Na Tailândia, não é apropriado tirar a última porção de cada prato. Se o fizer, os donos da casa pensarão que fizeram pouca comida, encarando esse gesto como um sinal de que ficou com come. Em muitos lares, os tailandeses servem a comida em pratos grandes para partilhar entre todos. Na Coreia e no Japão, também não se deve esquecer de tirar os sapatos antes de entrar em qualquer casa.
As (diferentes) horas das principais refeições
A falta de luz é o motivo principal para que os jantares sejam a horas diferentes noutros países. Por exemplo, na Alemanha, o início do jantar de Natal costuma ser entre as 17h00 e as 19h00. Nos EUA, a hora do jantar costuma ser entre as 18h00 e as 19h00. Às 19h00, também é o começo do jantar noutros países, como sucede na Bélgica e em Inglaterra. Em França, em Portugal e na China, o normal é jantar-se às 20h00.
Na Rússia e na Polónia, essa refeição não deve, em caso algum, ser servida depois das 21h00. Enquanto que em Itália, na Grécia e em Espanha, o jantar atrasa-se e entra facilmente pelas 21h00 e pelas 22h00 ou, nalguns casos, até mais tarde. Outros países não têm horário pré-estabelecido para comer, como acontece com o México e com a Argentina, países da América Latina menos apegados a este tipo de rigidez.
Como (não) se comporta um convidado
Em geral, há duas regras de cortesia imprescindíveis que há que cumprir em qualquer parte do mundo. Ser pontual e não chegar a casa com as mãos vazias. Que detalhe levar ao anfitrião noutros países? Na Grécia, o mais comum é levar uma bebida com álcool, uma sobremesa ou oferecer uma planta. Em Marrocos, na Tunísia e noutros países árabes, os doces são uma boa opção já que se levar vinho ou álcool pode ofender as pessoas que não bebem.
Na Índia, nunca ofereça flores brancas, dado que os Indianos costumam usá-las em funerais. Também nunca leve produtos feitos de couro. Em França, o mais acertado é levar uma garrafa de champanhe. Em Inglaterra, o convidado costuma levar uma bebida a mais para que não falte. Na Argentina, não se deve ir antes de tomar o café ou o típico mate. Nos EUA e na Suíça, nunca apareça sem avisar! E, em qualquer lugar do mundo, agradeça ao seu anfitrião pela refeição e por tê-lo convidado.
A etiqueta e o protocolo social a seguir
Se vai passar o Natal fora do seu país deve conhecer a etiqueta da sociedade em diferentes partes do mundo para que se sinta bem se for convidado ou para que faça com que os demais se sintam em casa, caso seja o anfitrião. Por exemplo, se vai até à Índia, deve vestir-se de forma conservadora e faz parte do protocolo recusar a primeira oferta de chá, café ou snacks. Eles irão perguntar-lhe mais que uma vez se quer. À segunda ou terceira vez, já poderá aceitar o convite.
Se vai até à Alemanha, é importante ter em conta que as gentes deste país são muito formais. É tradição dar um rápido aperto de mão no momento em que cumprimenta alguém e deve chamá-lo sempre pelo último até que lhe digam para chamá-lo pelo nome próprio. Em Itália, a primeira impressão é muito importante. O conceito de uma boa imagem é fulcral e por isso há que vestir-se bem.
O aperto de mãos, o contacto visual direto e um sorriso fazem parte da boa educação. Em França e em Espanha, por exemplo, é importante manter as mãos sempre visíveis na mesa e esperar que o anfitrião seja o primeiro a propor o tradicional brinde. Se passa o Natal em Portugal e é convidado, é muito importante que cumprimente de forma reservada mas educadamente. Também não deve chegar com mais de 15 minutos de atraso.
A (diferente) decoração da casa
O Natal é momento de magia, pelo qual implica decorar a casa. Já sabemos que a decoração é diferente em cada país. Na Áustria, por exemplo, a decoração inclui velas, muitas delas elétricas. Na Argentina, as casas são decoradas com luzes e grinaldas verdes, douradas, vermelhas e flores brancas. As árvores de Natal também são muito populares. Na Austrália, a população gosta de colocar grinaldas nas portas.
E também decoram as suas casas e jardins com árvores de Natal e colocam luzes. Às vezes, existem competições entre vizinhos para ver quem tem a melhor exposição. Os australianos também decoram as suas casas com o chamado christmas bush, uma árvore nativa australiana com pequenas folhas verdes e flores de cor creme. Em Portugal, as árvores de Natal e o presépio são muito comuns, tal como as figuras do Pai Natal penduradas em varandas e marquises.
As tradições de Natal menos comuns do mundo
E, porque o Natal não seria Natal sem as curiosidades mais típicas e até insólitas de alguns países, sabia que em muitas regiões de Portugal, a mesa não deve ser tirada até à manhã seguinte como sinal de respeito para com os familiares falecidos? Na Austrália, é normal preparar o churrasco de Natal na praia. No Japão, é tradição comer um snack da cadeia de restauração KFC no dia que assinala o nascimento de Jesus Cristo.
Na Islândia, as gentes locais comem baleia crua nesta altura. Na Venezuela, todos vão de patins para a primeira missa de Natal, um hábito muito comum. Em Inglaterra, uma moeda é introduzida na sobremesa e quem a descobrir terá a sorte e muito dinheiro no futuro. Em Portugal, o bolo-rei de antigamente trazia um brinde e uma fava. De acordo com a tradição, quem a encontrasse deveria comprar o bolo seguinte.
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