Um anúncio da marca fast fashion American Apparel está a causar polémica ao exibir uma mulher islâmica a fazer topless com uma frase onde se lê "Made in Bangladesh".
O objetivo do anúncio é chamar a atenção para um dos maiores problemas da indústria do fast fashion: as fábricas clandestinas e as suas condições de segurança. O apelo vem a propósito do desabamento, em abril de 2013, de uma fábrica em Bangladesh que fornecia material para marcas de renome internacional e que fez mil mortes.
Juntamente com o anúncio pode ler-se uma biografia da modelo que explica um pouco a sua experiência:
“[Maks] é uma modelo que está com a American Apparel desde 2010. Nascida em Dhaka, capital de Bangladesh, recorda-se claramente dos tempos em que frequentava mesquistas, ao lado dos seus pais, muçulmanos conservadores. Aos quatro anos, toda a sua família mudou-se para Marina Del Rey, Califórnia. Embora estivesse longe da sua cidade natal, Marks continuou a seguir as tradições relgiosas dos seus pais. Ao entrar para o colégio, começou a sentir necessidade de moldar a sua própria identidade e distanciou-se das tradições islâmicas. Uma mulher continuamente em busca de novas saídas criativas, Maks aceitou esta sessão de fotos sem reservas. A modelo tem-se identificado com alguns elementos da cultura do sul da Califórnia, mas esforça-se por explorar o que está além dos prazeres superficiais da cidade. Não sente necessidade de se identificar como uma norte-americana e não se contenta em ajustar a sua vida a qualquer narrativa convencional. Isso é o que faz com que seja essencial neste mosaico que é Los Angeles, e de forma inequívoca, uma figura distinta na família cada vez maior da American Apparel. Maks foi fotografada com a High Waist Jean, uma peça fabricada por 23 trabalhadores norte-americanos qualificados em Downtown Los Angeles, todos pagos com um salário justo e com acesso a benefícios básicos, como a saúde".
O CEO da marca orgulha-se de referir que são, desde 2010, uma empresa “sweatshop-free”, o que significa "livre de fábricas clandestinas" e que os seus trabalhadores recebem 50 vezes mais do que os da concorrência.
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