Tendo em conta o período de emergência climática que o Planeta Terra atravessa, é urgente tomar medidas para reverter esta situação e promover novos modelos de consumo e estilos de vida. É neste contexto que a economia circular começa a ganhar força como forma de travar o impacto da ação humana no meio ambiente. No entanto, ainda existe algum desconhecimento e desinformação sobre o que consiste este conceito.
Segundo Paulo Freitas, porta-voz da Cash Converters em Portugal, “para muitos, a economia circular é apenas uma reformulação de atividades amigas do ambiente, como a reciclagem e o desperdício zero. Contudo, esta imagem está longe do que é na realidade e ignora as mudanças poderosas que hábitos circulares, como comprar em segunda mão e reutilizar materiais usados, podem trazer à economia linear que atualmente conhecemos.”
Neste sentido, no Dia do Ambiente, a Cash Converters, entidade que se dedica à compra e venda de segunda mão, desmistifica cinco mitos sobre este modelo de consumo.
Mito 1- Produtos em segunda mão não têm garantia
Para os promotores da economia linear, comprar em segunda mão é não ter acesso à garantia que os bens de primeira mão obrigatoriamente têm. No entanto, com a evolução do mercado circular, surgem cada vez mais lojas especializadas de produtos em segunda mão que oferecem garantia de dois anos após a compra. Desta forma, quer se compre novo ou em segunda mão, a garantia é de todos.
Mito 2- Não é seguro comprar produtos em segunda mão
É seguro comprar produtos em lojas de segunda mão, pois a verificação de segurança e a garantia de qualidade é já uma realidade em lojas e marcas que promovem a economia circular. Antes de colocarem à venda produtos usados, estas empresas verificam a sua total funcionalidade e qualidade e colocam-nos em “quarentena” para identificar possíveis produtos furtados ou perdidos
Mito 3 - Comprar em segunda mão é apenas para quem não pode comprar novo
Comprar em segunda mão é de facto mais acessível para a carteira do consumidor, mas deve ser um hábito de todos aqueles que têm preocupações ambientais e não apenas de quem tem menos condições financeiras. Com o aumento crescente dos preços, o perfil do consumidor que recorre à compra de produtos usados é bastante variado – vai desde quem pretende simplesmente poupar, a quem pretende encontrar peças únicas, até aos que querem ter também um impacto positivo na redução do desperdício e na preservação de recursos.
Mito 4 - Reparar é mais caro do que comprar novo
A ideia de que comprar novo é mais barato do que reparar os produtos ainda é real, mas pode ter os dias contados. A União Europeia está a trabalhar na aplicação do movimento Rigt To Repair que defende que os consumidores devem ter oportunidade de reparar os bens ou produtos ou de os levar a um técnico da sua preferência, sem que seja mais caro reparar do que comprar um equipamento novo. Este movimento promove a circularidade e espera-se que tenha impactos positivos a nível ambiental, contribuindo inclusive para os Objetivos de Desenvolvimento da ONU - 12 (Consumo e Produção Responsável) e 13 (Ação Climática).
Mito 5 - Lojas de segunda mão só têm produtos em segunda vida
Embora as lojas de segunda mão tenham disponíveis produtos em segunda vida, o aumento da procura por este modelo de consumo circular levou a que muitos produtos recentes e de última geração sejam também reutilizados e colocados à venda. Para a economia circular, se o produto mantiver a sua qualidade, a “idade” não deve ser um entrave.
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