"Estamos profundamente tristes devido à morte de Daniel Spoerri, figura emblemática e membro fundador do novo realismo", indicou o museu de arte moderna e contemporânea na rede social X.
"O seu olhar único da arte, através dos seus "quadros-armadilha" e das suas montagens inesperadas, soube capturar o instante, o ordinário e o surpreendente. A sua herança vai continuar a ser uma fonte de inspiração e de reflexão singular", acrescentou a pinacoteca francesa.
O artista suíço nasceu em 1930 às margens do Danúbio em Galati, no leste da Romênia, e é conhecido pelas naturezas mortas tridimensionais ligadas à arte do comer.
O princípio é simples: ao terminar uma comida, Spoerri fixava o que sobrava dos pratos na mesa com cola -- talheres, guardanapos, alimentos etc.
A batizou de "eat art", um movimento de obras e ações que põe o foco nos alimentos e nos hábitos alimentares.
Com este conceito, o ex-dançarino funda o movimento do novo realismo em 1960, ao lado de artistas como Yves Klein, Arman, Raymond Hains e Jean Tinguely.
Spoerri até geriu um restaurante de verdade em Düsseldorf, na Alemanha, entre 1968 e 1972, onde os clientes que podiam pagar transformavam as sobras da sua comida numa obra de arte.
O suíço de origem romena levou mais longe o movimento com a criação da Eat Art Gallery, onde os artistas expunham efémeras criações comestíveis e participavam destes banquetes.
Mais tarde, Spoerri tentou libertar-se deste rótulo de "artista de pratos sujos" com a sua série "Détrompe-l'oeil" (Desiludir o olho) em que coloca um objeto real sobre uma tela ou tapeçaria comprada num mercado de pulgas para questionar as fronteiras entre a realidade e a ilusão.
As obras de Daniel Spoerri foram objeto de retrospetivas em muitos museus, incluído o Centro Pompidou de Paris nos anos 1990.
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