Lisboa surge classificada em 38.º lugar do ranking, subindo cinco lugares relativamente ao ano anterior. Esta variação foi motivada pela melhoria na classificação da categoria associada ao crime na cidade que melhorou face ao ano anterior. Com esta subida, a capital portuguesa conseguiu ultrapassar cidades como Paris (39.º lugar), Londres (41.º lugar), Milão (42.º lugar) e Barcelona (43º. Lugar) e manter-se acima de cidades como Madrid (49.º lugar) e Nova Iorque (45.º lugar). Relativamente ao nível do saneamento, Lisboa encontra-se em 59º lugar, acima de cidades como Barcelona (61.º), Londres (67.º) e Roma (77.º).

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Apesar da volatilidade económica na Europa, devido às incertezas em torno do Brexit, e da instabilidade política na região em geral, muitas das cidades europeias continuam a oferecer as melhores condições de qualidade de vida e continuam a ser destinos muito atrativos para expatriados, de acordo com a 20.ª edição do estudo anual "Quality of Living" da Mercer.

As cidades das economias emergentes, apesar da instabilidade económica e política, estão a conseguir aproximar-se das cidades com melhores classificações, através do elevado investimento em infraestruturas, espaços de entretenimento e habitação. Desta forma, estas cidades procuram reforçar o seu posicionamento para atrair talento e captar projetos de investimento de empresas multinacionais.

Estas são as 10 cidades com mais qualidade de vida

A cidade de Viena, Áustria, lidera o ranking pelo 9.º ano consecutivo, seguida por Zurique (2.º lugar), Auckland e Munique, ambas em 3.º lugar. Vancouver completa o top das cinco melhores cidades, apresentando-se como a cidade norte-americana melhor posicionada no ranking. Singapura (25.º lugar) e Montevideu (77.º lugar) são as cidades mais bem classificadas na Ásia e América Latina, respetivamente.

“Com o aumento da globalização e as alterações demográficas da força de trabalho – atrair e reter pessoas é um dos principais desafios para as empresas nos próximos cinco anos”, refere Diogo Alarcão, CEO da Mercer Portugal.

“Isto é tanto mais verdade se pensarmos que estamos a assistir a um fenómeno em que a força de trabalho é cada vez mais díspar, móvel, fortemente exposta ao digital e com necessidades e aspirações muito diferentes no que se refere à carreira, estilo de vida e, finalmente, onde e como quer trabalhar. É fundamental que as empresas considerem estes fatores na sua proposta de valor, quer para os seus colaboradores locais, como para os expatriados”, acrescenta o responsável.

O estudo da Mercer é realizado anualmente para que empresas multinacionais e outras organizações sejam competitivas na compensação dos seus colaboradores de uma forma justa sempre que os destacam para o estrangeiro em trabalho. Além das importantes informações que facultam, os estudos "Quality of Living da Mercer" fornecem recomendações premium para mais de 450 cidades em todo o mundo. O ranking deste ano inclui 231 dessas cidades.

Doenças infeciosas, poluição e qualidade da água em análise

Este ano a Mercer disponibiliza ainda um ranking em separado sobre as condições de saneamento das cidades, que analisa as infraestruturas relacionadas com a remoção de resíduos e esgotos, níveis de doenças infeciosas, poluição do ar, fornecimento e qualidade de água. Trata-se de aspetos importantes para a atratividade de uma cidade, tanto ao nível do talento, como para o investimento directo estrangeiro das empresas. Honolulu lidera o ranking do Saneamento das Cidades, seguida por Helsínquia e Otava, ambas em 2.º lugar. Nas piores posições encontram-se Dhaka (230.º lugar) e Port-Au-Prince (231.º lugar).

“O sucesso de um processo de mobilidade internacional depende muito do bem-estar pessoal e profissional do expatriado, assim como da sua família,” comenta Tiago Borges, Responsável pela área de Rewards da Mercer Portugal. “Além de ser um obstáculo significativo para a atratividade de talento e empresas numa cidade, a fraca qualidade de vida pode afetar consideravelmente o estilo de vida de um expatriado. As gerações mais jovens, especialmente os millennials, na maioria das vezes depositam grandes expetativas nas oportunidades de estilo de vida, lazer e entretenimento. As empresas que enviam expatriados têm de ter informação completa das condições do país de destino, a fim de compensarem adequadamente os seus colaboradores por possíveis reduções nos padrões de vida habituais”.

“De igual forma, as organizações que consideram abrir escritórios numa nova localização, devem fazer uma avaliação a curto, médio e longo prazo das infraestruturas da cidade. A globalização está a desafiar as próprias cidades a inovar e tornarem-se competitivas de forma a atrair pessoas e investimentos – a chave para o futuro de uma cidade,” acrescenta Tiago Borges.

Europa

Viena continua a ser a cidade com melhor qualidade de vida na Europa e a nível global, fornecendo a residentes e expatriados um elevado nível de segurança, transportes públicos bem estruturados, bem como uma grande variedade de instalações culturais e de entretenimento.

Munique, na Alemanha, subiu para a 3.ª posição, uma vez que ao longo do tempo a cidade tem realizado um esforço concertado para atrair talento e empresas, investindo continuamente em infraestruturas de alta tecnologia e promovendo as suas instalações culturais. Como resultado do ataque terrorista em Estocolmo (23.º lugar), a cidade caiu três lugares na tabela, enquanto Oslo (25.º lugar) e Lisboa (38.º lugar) subiram a sua classificação seis e cinco posições, respetivamente.

Londres permanece mais abaixo na lista, devido a questões persistentes que se prendem com o congestionamento de tráfego e a poluição do ar, caindo uma posição para o 41.º lugar.

O ranking referente ao saneamento revela que algumas cidades do Norte da Europa posicionam-se entre o Top 10 global, com Helsínquia em 2.º lugar e Copenhaga, Oslo e Estocolmo, em 8.º lugar.

Américas

Na América do Norte, as cidades canadianas ocupam os lugares cimeiros no que se refere à qualidade de vida, com Vancouver (5.º lugar) a assumir novamente o top regional. São Francisco (30.º) é a cidade dos Estados Unidos que apresenta a melhor posição, seguida por Boston (35.º lugar), Honolulu (36.º lugar), Seattle (44.º lugar) e Nova Iorque (45.º lugar). O aumento da taxa de criminalidade fez Los Angeles (64.º lugar) descer seis lugares. Tendo descido duas posições, Monterrey (112.º lugar) é a cidade melhor classificada do México, ao mesmo tempo que a sua capital, a Cidade do México, cai uma posição, para o 129.º lugar.

Na América do Sul, Montevideu (77.º lugar) posiciona-se no topo do ranking da qualidade de vida, seguida por Buenos Aires (91.º lugar) e Santiago (92.º lugar). Caracas (193.º lugar) e Port-Au-Prince (228.º lugar) são as cidades da região com pior pontuação. A cair 21 posições, a cidade de San Juan (96.º lugar) apresenta a queda mais acentuada do ranking no global, devido ao desastre natural ocorrido em 2017.

No que diz respeito ao ranking referente ao saneamento das cidades, Honolulu (1.º lugar) apresenta o lugar mais elevado da região e a nível global, seguida por Otava, no Canadá (2.º lugar). Montevideu, no Uruguai (71.º lugar), é a cidade da América do Sul mais bem posicionada no ranking.

Médio Oriente e África

O Dubai (74.º lugar) continua a ser a cidade com melhor qualidade de vida no Médio Oriente, seguido de perto por Abu Dhabi (77.º lugar), que subiu duas posições. Damasco (225.º lugar), Sana (229.º lugar) e Bagdade (231.º lugar) são as três cidades com pior classificação no que se refere à qualidade de vida da região.

Port Louis (83.º lugar) é a cidade africana com melhor qualidade de vida, seguida por Durban (89.º lugar), Cidade do Cabo (94.º lugar) e Joanesburgo (95.º lugar). N’Djamena (226.º lugar), Khartoum (227.º lugar) e Bangui (230.º lugar) ocupam as posições mais baixas desta região. A instabilidade política persistente, a pobreza, o clima e a falta de investimentos adequados em infraestruturas fazem com que estas cidades tenham a pior qualidade de vida a nível mundial.

Victoria (58.º lugar) possui a posição mais elevada do ranking do continente, ao nível do saneamento, seguida por Durban (73.º lugar) e Port Louis (80.º lugar), enquanto Brazzaville (225.º lugar) e Antananarivo (226.º lugar) encontram-se nas posições mais baixas.

Ásia-Pacífico

Ilustrando a grande disparidade das regiões, no que diz respeito ao nível de qualidade de vida, Singapura continua a ser a cidade com melhor classificação, ocupando o 25.º lugar, enquanto Dhaka assume o 216.º lugar. No Sudeste Asiático, Kuala Lumpur (85.º lugar), segue-se a Singapura; outras cidades chave incluem Banguecoque (132.º lugar), Manila (137.º lugar) e Jacarta (142.º lugar). Cinco cidades japonesas encontram-se no topo do ranking para a Ásia Oriental: Tóquio (50.º lugar), Kobe (50.º lugar), Yokohama (55.º lugar), Osaka (59.º lugar) e Nagoya (64.º lugar).

A Nova Zelândia e a Austrália continuam a estar no topo do ranking de qualidade de vida com Auckland (3.º lugar), Sydney (10.º lugar), Wellington (15.º lugar) e Melbourne (16.º lugar) a permanecerem no top 20. As cidades da região também se posicionam em lugares cimeiros ao nível do saneamento, com Auckland na 5ª posição a nível global e Adelaide na sétima.