A capital portuguesa está a viver a maior subida de sempre no que toca ao custo de vida e Lisboa assume, este ano, a 93ª posição do ranking da Mercer sobre Custo de Vida. De acordo com o 24º estudo anual da Mercer - Cost of Living -, fatores como a instabilidade no mercado imobiliário, a baixa inflação e a instabilidade de preços de bens e serviços têm impacto no contexto empresarial em diversas cidades em todo o mundo.
A volatilidade dos mercados e o crescimento económico moderado em muitas partes do mundo faz com que as empresas avaliem com algum cuidado os pacotes de remuneração para expatriados
O estudo da Mercer revela que Hong Kong ultrapassou Luanda, ocupando agora a primeira posição das cidades mais caras do mundo para expatriados. Tóquio e Zurique encontram-se em segundo e terceiro lugares, respetivamente, e Singapura e Seoul ficam na quarta e quinta posição respetivamente. Desta forma, quatro das cinco cidades mais caras do mundo para expatriados encontram-se agora na Ásia.
Estas são as 10 cidades mais caras do mundo
De acordo com o estudo global sobre o Custo de Vida de 2018 da Mercer (Cost of Living Survey), Lisboa subiu 44 posições no ranking, passando da 137ª posição em 2017, para o 93º lugar em 2018.
A maior subida de sempre
Esta subida representa a maior de sempre da capital portuguesa no que se refere ao custo de vida para expatriados (desde o início da realização do estudo global da Mercer).
Os fatores que motivam esta subida são maioritariamente decorrentes de variações do euro face ao dólar, mas refletem também uma subida de preços generalizada da cidade nas áreas da habitação, restauração e combustíveis, estima o Diogo Alarcão, CEO da Mercer Portugal.
"Com a evolução tecnológica e a importância de uma força de trabalho conectada globalmente, a transferência de talento permanece uma componente chave na estratégia das empresas multinacionais", refere responsável. "Se, por um lado, a mobilidade da força de trabalho permite às organizações conseguir uma maior eficiência, utilizar o melhor talento e ser eficiente do ponto de vista dos custos em projetos internacionais, a volatilidade dos mercados e o crescimento económico moderado em muitas partes do mundo faz com que as empresas avaliem com algum cuidado os pacotes de remuneração para expatriados", acrescenta.
Algumas das cidades que constam do top 10 da Mercer das cidades mais caras para expatriados são: Seul (5), Luanda (6), Xangai (7), Ndjamena (8), Pequim (9), e Berna (10). As cidades mais baratas para expatriados são Tachkent (209), Túnis (208), e Bichkek (207).
O estudo da Mercer é um dos mais abrangentes do mundo e é desenvolvido para ajudar as empresas multinacionais e os governos a definirem estratégias para os seus colaboradores expatriados.
A cidade de Nova Iorque é utilizada como a cidade base para todas as comparações, sendo que os movimentos cambiais têm como referência o dólar norte-americano. O estudo inclui mais de 375 cidades em todo o mundo; o ranking deste ano inclui 209 cidades em cinco continentes e determina o custo comparativo de mais de 200 itens em cada local, incluindo alojamento, transporte, comida, roupa, bens domésticos e entretenimento.
No continente americano
As cidades dos Estados Unidos caíram no ranking devido à recuperação da economia europeia, que provocou a queda do dólar norte-americano, face a outras grandes moedas em todo o mundo. Nova Iorque caiu quatro lugares, posicionando-se na 13ª posição, a cidade mais cara na região. São Francisco (28) e Los Angeles (35) caíram sete e doze posições, respetivamente, relativamente ao ano passado, enquanto Chicago (51) desceu vinte lugares. Entre outras importantes cidades norte-americanas, Washington, DC (56) caiu dezassete lugares, e Miami (60) e Boston (70) desceram ambas dezanove posições. Portland (130) e Winston Salem, na Carolina do Norte (161) permanecem como as cidades norte americanas analisadas menos caras para expatriados.
Na América do Sul, São Paulo (58) classificou-se como a cidade mais cara, apesar da queda de trinta e duas posições relativamente ao ano anterior. Santiago (69) segue como a segunda cidade mais cara. A maioria das outras cidades na América do Sul caiu no ranking, apesar do aumento dos preços em bens e serviços em países como o Brasil, Argentina, e Uruguai. Em particular, o Rio de Janeiro (99) desceu quarenta e três posições.
Caracas, na Venezuela foi excluída do ranking devido à sua complexa situação cambial: a sua posição no ranking teria variado fortemente dependendo da taxa de câmbio oficial selecionada.
Apesar de a maioria das cidades canadianas ter descido no ranking, a cidade mais bem classificada, Toronto (109), subiu dez lugares, devido a um aumento dos custos referentes ao arrendamento de habitação para expatriados.
Europa, Médio Oriente e África
Duas cidades europeias encontram-se no top 10 das cidades mais caras. Na terceira posição do ranking global, Zurique permanece a cidade europeia mais cara, seguida de Berna (10). Genebra (11) caiu quatro lugares relativamente ao ano passado, sobretudo devido à tendência de queda do mercado imobiliário na cidade.
No global, todas as cidades da Europa Ocidental subiram no ranking, resultado da valorização das moedas locais face ao dólar norte-americano, bem como ao aumento do custo de bens e serviços. Em particular, cidades na Alemanha evidenciaram algumas das maiores subidas deste ano, com Frankfurt (68) e Berlim (71) a saltar quarenta e nove lugares, enquanto Munique (57) subiu quarenta e uma posições. No Reino Unido, Birmingham (128) subiu dezanove lugares relativamente ao ano passado, Belfast (152) saltou dezoito posições e Aberdeen (134) subiu vinte lugares relativamente ao ranking anterior. Londres subiu dez lugares para a posição 19.
Outras cidades que subiram no ranking face ao ano passado incluem: Paris (34), vinte e oito lugares, Roma (46), trinta e quatro lugares, Madrid (64), quarenta e sete, e Viena (39) trinta e nove lugares. Entretanto, algumas cidades na Europa Central e Oriental, incluindo Moscovo (17), São Petersburgo (49), e Kiev (173), caíram quatro, catorze e dez posições, respetivamente, devido à desvalorização da moeda local.
Lisboa não foi exceção e subiu 44 lugares situando-se agora na posição 93ª. É certo que a oscilação entre o Euro e Dólar é o maior fator da subida, mas também existiu uma subida nos preços de bens e serviços como a habitação e restauração. Por exemplo no preço da gasolina, Lisboa é a cidade mais cara se compararmos com as cidades do top 5, com exceção de Hong Kong.
Tel Aviv (16) continua a ser a cidade mais cara do Médio Oriente para expatriados, seguida pelo Dubai (26), Abu Dhabi (40), e Riyadh (45). O Cairo (188) permanece a cidade mais económica da região.
Apesar de ter deixado de liderar a lista global, Luanda, em Angola (6) permanece como a cidade africana mais cara no ranking. N’Djamena (8) segue-se, subindo sete lugares. Libreville (18) é a cidade africana que se segue, subindo catorze posições, seguida por Brazzaville, no Congo (19), que subiu onze posições. Tendo subido dez lugares, Tachkent (209) no Uzbequistão classifica-se como a cidade menos cara na região e a nível global.
Ásia Pacífico
Este ano, Hong Kong (1) emergiu como a cidade mais dispendiosa para expatriados quer na Ásia como a nível global, como consequência da descida de Luanda no ranking, devido em parte à tendência de queda do mercado imobiliário na cidade. Hong Kong é seguida por Tóquio (2), Singapura (4), Seul (5), Xangai (7), e Pequim (9).
Mumbai (55) é a cidade mais cara da Índia, seguida por Nova Deli (103) e Chennai (144). Kolkata (182) e Bengaluru (170) são as cidades indianas menos caras. Noutros locais na Ásia, Banguecoque (52) subiu quinze posições relativamente ao ano anterior. Kuala Lumpur (145) também subiu no ranking, vinte lugares, enquanto Hanoi (137) caiu trinta e sete posições. Bichkek (207) e Tashkent (209) permanecem as regiões menos caras da Região para expatriados.
As cidades australianas caíram no ranking este ano. Brisbane (84) e Perth (61) caíram treze e onze posições, respetivamente, enquanto Sidney (29), a cidade mais cara para expatriados classificada no ranking, apresentou uma queda relativamente moderada de cinco posições. Melbourne desceu doze lugares para a posição 58.
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