Em apenas quatro passos, Marie Shirine Yener mostra o que pode fazer caso assista situações de violência contra muçulmanos no seu dia a dia. “O objetivo é evitar que a violência aumente, utilizando uma técnica de psicologia que consiste em quebrar o ambiente opressivo ao não seguir os ataques do agressor”, escreveu a ilustradora de 22 anos na sua página pessoal do Facebook
Apesar de este guia poder ser utilizado em diversas situações de assédio e com o intuito de proteger outras minorias, Yenner refere que decidiu focar-se no povo muçulmano uma vez que estão particularmente mais vulneráveis a ataques do género.
“Acho que está na altura de as pessoas tomarem consciência de que existem minorias que sofrem todos os dias por não serem brancas. E tudo devido ao privilégio da cor da pele. Alguém vez pensou como seria viver num sítio onde tem medo de pedir ajuda à polícia e onde as pessoas lhe negam o acesso a determinados serviços por aquilo que veste? Existem pessoas que passam por isto todos os dias,” explicou em entrevista à CNN.
Mas então o que motivou a jovem parisiense a criar este guia intitulado 'O que fazer se testemunhar assédio contra o povo islâmico'? “A fobia aos muçulmanos está a aumentar. Não só no meu país, após os ataques terroristas que tiveram lugar em Paris e Nice, mas no mundo inteiro. [...] Para além disso, a minha mãe é francesa/iraniana e o meu pai é arménio de descendência turca/curda; as suas culturas também foram influenciadas pelo Islão."
O guia criado por Marie consiste no seguinte: iniciar uma conversação com a vítima sobre um assunto qualquer e permanecer junto dela até o agressor virar costas e abandonar o local.
Mas para que o guia tenha o efeito pretendido, é importante que o espectador que esteja a presenciar esta situação e irá intervir em prol da vítima nunca reconheça a presença do agressor. Por exemplo, nunca deve repreendê-lo pela maneira como está a agir ou entrar em confrontos. Após ajudar a pessoa agredida, é importante verificar se esta precisa de ajuda, mas acima de tudo é importante que seja respeitado o seu desejo.
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