Ficção

“A Irmandade do Gelo”

Depois de “O Caçador de Bruxas”, publicado no verão de 2021, chega aos escaparates a 19 de janeiro “A Irmandade do Gelo” (Bertrand Editora). Este é o segundo volume da série centrada na inspetora Jessica Niemi, da autoria de Max Seeck, e que pode ser lido autonomamente. À atmosfera sombria e inquietante do policial nórdico Seeck acrescenta capítulos de um ritmo devorador e o corpo mutilado de uma mulher, que dá à costa de uma praia gelada, não muito longe do velho farol de Söderskär. Neste novo livro do rei do policial finlandês, o misterioso farol numa ilha remota parece ser a pista-chave entre um assassínio sinistro e dois desaparecimentos. Jessica Niemi, a melhor agente da Unidade de Crimes Violentos da Polícia de Helsínquia, fica a cargo da investigação.

“A Irmandade do Gelo” (Bertrand Editora), de Max Seeck, tem o preço de 20,9 euros.

a irmandade do gelo

“Um Homem Chamado Ove”

“Um Homem Chamado Ove” (Porto Editora), de Fredrik Backman, baseou o filme dos estúdios de Hollywood “Um Homem Chamado Otto”. Esta história já havia sido alvo de uma adaptação cinematográfica sueca, nomeada para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Ove é o tipo de homem que aponta o dedo a tudo o que não lhe agrada. Que verifica o estado de todas as coisas aplicando-lhes um valente pontapé. Não consegue compreender aqueles que anseiam pela reforma: Como pode alguém passar a vida inteira à espera do dia em que se torna desnecessário? Aos 59 anos, custa-lhe conceber que o mundo pula e avança, que ele não pode ficar agarrado ao passado, perigosamente sozinho e infeliz de tão rabugento. Nesta história, Backman assina uma comédia dramática sobre a redescoberta do prazer pela vida.

“Um Homem Chamado Ove” (Porto Editora), de Fredrik Backman, tem o preço de 17,75 euros.

um homem chamado ove

 “O Jovem”

“Em frente ao rosto de A., o meu era igualmente jovem. Os homens sabiam isso desde sempre, eu não via por que razão o mesmo me seria vedado”. Publicado em 2022, poucos meses antes de ser distinguida com o Prémio Nobel de Literatura, “O Jovem” (edição Livros do Brasil) é um texto-chave na obra de Annie Ernaux. Relato intimista e despudorado de uma paixão nada simples com um rapaz de 25 anos e, portanto, com idade para ser seu filho, nele sentimos o preconceito dos outros por tão grande diferença etária, os ciúmes (dele, não dela), a volúpia nunca antes tão saboreada. Uma «experiência iniciática» e conscientemente repleta de vantagens para ambos, a começar pela capacidade de trazer a Ernaux a memória do seu primeiro mundo: “Ele incorporava o passado. Com ele, percorria todas as épocas da vida, da minha vida”. A presente edição inclui fotografias do arquivo privado de Annie Ernaux, a sua biobibliografia e a reprodução de uma página manuscrita pela autora francesa

“O Jovem” (edição Livros do Brasil), de Annie Ernaux, tem o preço de 13,3 euros.

o jovem

“O Retiro”

Uma exclusiva e luxuosa estância destinada ao bem-estar é inaugurada numa ilha ao largo da costa inglesa, prometendo descanso e relaxamento totais a quem a frequentar – mas a própria ilha, conhecida como o Rochedo da Morte, tem um passado sombrio, e os rumores de que está amaldiçoada são mais do que meros boatos. Quando um corpo é encontrado nas rochas abaixo do pavilhão de ioga, a detetive Elin Warner é chamada ao local para investigar aquele trágico incidente. Aparentemente, a vítima é uma desconhecida – alguém que não era suposto estar na ilha. No dia seguinte, uma atividade de mergulho resulta noutra morte, e Elin começa a suspeitar que não há nada de acidental por detrás destes acontecimentos. Esta história é fruto do fascínio da autora, Sarah Pearse, por locais isolados e exóticos, mas que, ao mesmo tempo, abrigam uma atmosfera estranha e obscura borbulhando sob a superfície.

“O Retiro” (Porto Editora), de Sarah Pearse, tem o preço de 18,85 euros.

o retiro

“O Reino dos Malditos”

O primeiro volume da trilogia “O Reino dos Malditos” (Bertrand Editora), de Kerri Maniscalco, série de grande popularidade e sucesso internacional, promete levar os fãs da literatura fantástica numa aventura ao mundo das trevas. Emilia Maria di Carlo, a protagonista, só descansará no dia em que conseguir vingar a morte da sua irmã gémea, Vittoria, mas quando Ira, um dos Malditos – sete príncipes demoníacos nascidos da escuridão e da luz da Lua –, se oferece para a ajudar nesta missão, ela terá de decidir… até onde está disposta a ir? Repleto de magia, intriga, aventura e mistério – e de uma paixão inebriante – esta é uma fantasia obscura.

“O Reino dos Malditos” (Bertrand Editora), de Kerri Maniscalco, tem o preço de 18,8 euros.

o reino dos malditos

“Vozdevelha”

Tem nove anos. Chama-se Marina, mas na escola tratam-na por Vozdevelha, porque nem sempre tem uma relação fácil com os da sua idade. Este verão em Sevilha, o primeiro depois da Expo’92, está a ser tão comprido e seco que ela não sabe se há de rir, se há de chorar; se quer que tudo mude ou que tudo fique na mesma. Porque, embora ainda brinque com bonecas, já folheia revistas para adultos, já sabe o que são beijos de namorados, já pensa na sua primeira vez com palavras que não se dizem em público. Porque tem a mãe muito doente e já se está a imaginar num internato, rodeada de freiras e órfãs – até a obrigaram a batizar-se para o caso de ser preciso. Porque o pai desapareceu há cinco anos e a sua melhor amiga é a avó, que lhe faz petiscos, a deixa ver televisão até às tantas, lhe fala da sua paixão por Felipe González, dorme na cama com ela e lhe costura vestidos de sevilhana ou às flores. Os desejos e os medos de Marina aparecem sempre misturados. Terno e autêntico, “Vozdevelha”, de Elisa Victoria, é um romance fulgurante sobre uma criança inteligente num mundo às vezes tão estúpido e, ao mesmo tempo, um retrato nada condescendente dos habitantes das periferias e dos bairros operários da Europa do Sul no final do século XX. Como diz a escritora Elvira Lindo: “inesquecível”.

“Vozdevelha” (edição D. Quixote), de Elisa Victoria, tem o preço de 16,6 euros.

vozdevelha

Não Ficção

“Memória de Ferro”

Em algum momento da nossa vida, é normal que a memória nos falhe. Às vezes, os esquecimentos são inofensivos, como não nos lembrarmos do que tínhamos intenção de fazer quando nos levantámos do sofá. Outras vezes, acarretam algumas consequências, como, por exemplo, termos as chamadas “brancas” durante um exame decisivo ou uma reunião importante. É nessas alturas que tememos a perda da memória. Mas será que devemos ficar preocupados? E o que poderíamos ter feito para prevenir estes esquecimentos? Vamos mais longe: quais os sinais de alarme que indiciam possíveis problemas? E o que podemos fazer para cuidar da nossa memória e trabalhar na prevenção do aparecimento de doenças?

Em “Memória de Ferro” (edição Manuscrito) a neurologista Belina Nunes responde a estas e outras perguntas.

“Memória de Ferro” (edição Manuscrito), de Belina Nunes, tem o preço de 15,9 euros.

memória de ferro

“Biblioteca Pessoal”

Jorge Luis Borges tornou-se o emblema do bom leitor, do verdadeiro amante e erudito da literatura. Borges imaginou o paraíso como uma biblioteca e foi bibliotecário durante muitos anos, vivendo essa profissão como a de um “guardião dos tesouros”. Em 1985 pediram-lhe que escolhesse cem livros para a publicação de uma “biblioteca pessoal”. Morreu em 1986, antes de poder concluir esse projeto; no entanto, deixou uma lista de obras que refletia as suas preocupações e gostos literários, bem como os prólogos dos primeiros setenta e quatro títulos da série. É essa escolha pessoalíssima que se apresenta em “Biblioteca Pessoal” (edição Quetzal)

“Não sei se sou um bom escritor; penso ser um excelente leitor ou, em todo o caso, um sensível e agradecido leitor. Desejo que esta biblioteca seja tão diversa como a não saciada curiosidade que me induziu, e continua a induzir-me, à exploração de tantas linguagens e de tantas literaturas. […] Esta série de livros heterogéneos é, repito, uma biblioteca de preferências”, escreve no prólogo.

“Biblioteca Pessoal” (edição Quetzal), de Jorge Luís Borges, tem o preço de 15,5 euros.

biblioteca pessoal

Sami, o Rapaz Que Sobreviveu a Auschwitz”

Nas palavras de Samuel Modiano: “Sou o único sobrevivente da minha família, e durante anos interrogava-me: Porquê? Só quando decidi começar a contar o que vivi é que compreendi. Sobrevivi para contar o que vi”. É esta a premissa do livro “Sami, o Rapaz Que Sobreviveu a Auschwitz”, de Walter Veltroni, que nos conta a história verídica de Sami – Samuel Modiano – deportado com 14 anos para Auschwitz-Birkenau, juntamente com o pai e a irmã. Sami foi o único da família que sobreviveu. Dedicou a maior parte da sua vida de adulto a divulgar o que se passou e como tem sobrevivido a essa experiência – nas suas palavras, «para que ninguém esqueça. Para que os erros do passado não se repitam».

“Sami, o Rapaz Que Sobreviveu a Auschwitz” (Bertrand Editora), de Walter Veltroni, tem o preço de 14,4 euros.

o rapaz que sobreviveu

“4000 Semanas – Gestão do Tempo Para Mortais”

A vida de um ser humano é absurda e insultuosamente curta. Quem chegar aos 80 anos terá vivido pouco mais de 4000 semanas. Para quem tem 40 anos agora, restam-lhe apenas 2000. Nunca há tempo para tudo. Vivemos dominados por listas de afazeres intermináveis e caixas de e-mail ingeríveis e andamos obcecados com a ideia quimérica de equilibrar a vida laboral com a vida pessoal, ao mesmo tempo que tentamos combater as milhentas distrações que nos desviam daquele que nos parece o mais importante objetivo: otimizar o nosso dia de forma a sermos mais produtivos e eficientes. Enquanto corremos atrás deste unicórnio da modernidade – fazer mais em menos tempo -, conseguimos pouco mais do que aumentar o nível de ansiedade e adiar, mais uma vez, o nosso bem-estar e aquilo que dá verdadeiro sentido à vida. A partir dos ensinamentos de filósofos e pensadores antigos e contemporâneos, Olive Burkeman reflete em “4000 Semanas – Gestão do Tempo Para Mortais” sobre a nossa relação com o tempo e a produtividade e convida o leitor a rejeitar a fixação moderna em “conseguir fazer tudo”.

 “4000 Semanas – Gestão do Tempo Para Mortais” (edição Objetiva), de Oliver Burkeman, tem o preço de 19,95 euros.

4000 semanas

“Tudo o Que Não Precisa de Saber Sobre a Vida”

“Tudo o Que Não Precisa de Saber Sobre a Vida” apresenta-se como um conjunto de reflexões divertidas sobre temas tão surpreendentes como os apartamentos mobilados, o comer e o beber, a penúria ou a vaidade, entre outros. Subtil e bem-humorado, o livro segue o registo inconfundível do seu autor Jerome K. Jerome. O ensaio final sobre o envelhecimento, por exemplo, apesar de acutilante, é um dos mais nostálgicos.

Ponhamos um fim aos arrependimentos vãos e às saudades dos dias que nunca voltarão a ser nossos. O nosso trabalho encontra-se à nossa frente, não atrás. (…) Não percamos a coragem nem desperdicemos a vida a pensar no que poderia ter sido e esquecendo o que poderá vir a ser. As oportunidades escapam-nos entre os dedos enquanto ficamos sentados a lamentar as ocasiões que perdemos, e, por causa da felicidade de ontem, não prestamos atenção à felicidade de amanhã.

“Tudo o Que Não Precisa de Saber Sobre a Vida” (edição Alma dos Livros), de Jerome K. Jerome, tem o preço de 14,95 euros.

tudo o que não precisas saber sobre a vida

“Perder o Paraíso”

Como e porque é que a natureza nos faz sentir bem? De que modo afeta a saúde mental humana? E como pode melhorar o sofrimento psicológico? “Perder o Paraíso” (edição Temas e Debates), ensaio de Lucy Jones, explora os mecanismos pelos quais o contacto com o mundo natural nos torna mais calmos, saudáveis, felizes e até mais simpáticos. Em 2005, o escritor Richard Louv cunhou o termo “perturbação de défice de natureza” para designar as consequências da falta de ligação com o meio natural na saúde humana. Entre elas, encontram-se a “reduzida utilização dos sentidos, dificuldades de atenção e taxas mais elevadas de doenças físicas e emocionais”. Agora, a jornalista e escritora Lucy Jones apresenta-nos a nova ciência que estuda a ligação humana com o mundo natural e faz um apelo a um modo de vida mais próximo da natureza.

“Perder o Paraíso” (edição Temas e Debates), de Lucy Jones, tem o preço de 17,7 euros.

perder o paraíso