Com as nomeações para os Óscares 2014 a serem anunciadas já na próxima quinta-feira, dia 16, regressa a discussão sobre igualdade de género no cinema. E regressa também a ideia do “teste Bechdel”.
O teste analisa o conteúdo de um filme a partir de três condições: tem que ter pelo menos duas personagens femininas identificadas pelo nome; essas personagens têm que ter diálogos entre si; esses diálogos podem ser sobre qualquer coisa menos sobre homens. Se um filme cumprir as três regras, passa o teste, logo, é um filme que retrata as mulheres de forma equilibrada.
O teste tem o nome da criadora: Alison Bechdel, autora de banda desenhada cuja novela gráfica “Fun Home: Uma Tragicomédia Familiar” é considerada uma obra-prima. O livro foi publicado nos EUA em 2006 e traduzido para português em 2012.
Alison Bechdel, de 53 anos, é lésbica e define-se como “uma feminista que nunca teve vontade de se manifestar na rua”. Criou o teste de análise cinematográfica em 1985, através de um diálogo na tira de BD “Dykes to Watch Out For”.
No ano passado, quatro salas de cinema na Suécia, introduziram o “Teste Bechdel” para análise e classificação de filmes. A iniciativa, escreve o jornal The Guardian, teve o apoio do Instituto Sueco de Cinema.
Dados recentes compilados pela Academia de Cinema de Nova Iorque mostram a desigualdade de género em Hollywood: de entre 500 filmes produzidos entre 2008 e 2012 apenas 31% tinham personagens femininas com falas; 91% dos realizadores em atividade são homens; e apenas 35 atrizes foram nomeadas para os Óscares de 2013 contra 140 homens.
Bruno Horta
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