"A Amnistia Internacional (AI) exorta as autoridades russas a encetarem prontamente investigações eficazes aos relatos e testemunhos avançados há dias pelo jornal Novaia Gazeta de que estão a ser raptadas e torturadas pessoas identificadas como homossexuais na república federada russa da Chechénia", indicou em comunicado a organização de defesa dos direitos humanos.
A ONG também exige que os responsáveis por "aqueles crimes sejam julgados em procedimentos que cumpram os padrões internacionais de julgamento justo".
Menos de duas horas depois de a versão em português da petição ter sido lançada, já tinha sido subscrita por mais de 230 pessoas, disse à Lusa uma fonte do gabinete da AI em Lisboa.
A organização considera ser "imperativo" que as autoridades russas tomem "todas as medidas necessárias para garantir a segurança de qualquer pessoa que esteja em risco de perseguição e violência na Tchetchénia devido à sua orientação sexual, real ou como é percecionada".
Por outro lado, convida as autoridades russas a "repudiarem nos termos mais fortes possíveis" quaisquer "atitudes e discursos discriminatórios oriundos de responsáveis governamentais". Para a Amnistia Internacional, o "clima de intolerância e homofobia prevalecente na Tchetchénia é encorajado pelas próprias autoridades da república" russa.
A ativista Natalia Poplevskaya, da Rede Russa LGBT, disse à BBC que pelo menos 100 homossexuais foram conduzidos para um campo de concentração daquele estado.
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"Os chamados 'crimes de honra' (crimes com motivos discriminatórios) são praticados por todo o Norte do Cáucaso, em especial na Chechénia, com total impunidade. A Amnistia Internacional considera que as autoridades chechenas estão em negação sobre os testemunhos tornados públicos", indica a AI no mesmo comunicado.
A petição lançada pela Amnistia Internacional a nível global é dirigida ao presidente da Comissão de Investigação russa, Aleksandr Ivanovich Bastrikin, e ao diretor daquele mesmo organismo estatal, Serguei Sokolov.
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