Ouvido há três minutos na passadeira da praia:
- Acarinhada? Ela é mas é uma Deusa! Ele trata-a como uma Deusa!-
- Sim, e faz-lhe as vontades todas...
Fiquei feliz por não conseguir encontrar qualquer ponta de inveja naquelas palavras. Mas também fiquei admirada. Ok: ele (não faço ideia quem) trata-a (também não sei a quem) como uma Deusa. E depois? Qual é o espanto? Não é exatamente assim que devemos ser tratadas? Será que não temos uma certa dose de culpa quando nos tratam sem a mesma adoração e admiração que uma divindade merece? Temos sempre a hipótese de excluir das nossas vidas quem não nos trate como Deusas.
Da mesma forma que, creio, é a nossa atitude que faz o nosso homem adorar-nos e admirar-nos como se num altar merecêssemos estar. E o mais engraçado é que, numa relação de causa e efeito, homem que nos trate assim é igualmente feliz e afortunado pois as Deusas são infinitas fontes de dádiva, perdão, sabedoria e amor.
Ana Amorim Dias
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