Quem é que são a Alexandra e a Carolina, empreendedoras?
Carolina: Somos irmãs, ambas especialistas em Desenvolvimento Humano e Gestão Emocional, com uma vontade enorme de fazer a diferença na vida das famílias. Essa vontade juntou-nos no percurso profissional e tornou-se numa missão que tomou vida neste nosso projecto Alexandra & Carolina — Coaching, Guidance and Inspiration: o coaching prende-se com o método e as ferramentas certas que vão ajudar de facto cada pessoa a evoluir enquanto ser humano e a alcançar os seus objetivos; a orientação (guidance) para guiar cada pessoa ao longo do seu processo de evolução e a inspiração (inspiration) para levar as pessoas a entrar em ação.
Enquanto empreendedoras madeirenses, como caraterizam o empreendedorismo feminino na Madeira? Há especificidades que o diferenciam do empreendedorismo feminino no continente?
Carolina: O empreendedorismo feminino na Madeira está em alto crescimento nas mais diversas áreas. Apesar de ainda haver um grande receio por parte de muitas mulheres, pelos riscos que isso acarreta e pelo mercado na Madeira ser um pouco limitado.
Muitas mulheres estão cansadas dos empregos de baixa valorização profissional e sem perspectiva de carreira, que lhes dão uma falsa ideia da segurança de um ordenado fixo, mas que geram muita desmotivação e frustração. Esta situação tem levado a que procurem uma atividade que as satisfaça, que as desafie, que lhes permita potenciar as suas capacidades e qualidades, que lhes permita ter mais disponibilidade para a família (se bem que isso nem sempre aconteça, principalmente numa fase inicial) e que as faça sentir mais realizadas profissionalmente.
Penso que o que diferencia o empreendedorismo na Madeira do Continente é mesmo a limitação geográfica, mas hoje, com toda a tecnologia existente, esta diferença começa a ser minimizada.
A autora motivacional Louise Hay é uma grande inspiração no trabalho de coaching que desenvolvem. O que é o método Louise Hay?
Alexandra: O método Louise Hay é dos mais poderosos e mais simples métodos de desenvolvimento, transformação e evolução pessoal, seja como mulher, como mãe ou como profissional. Com técnicas de psicologia positiva e programação neurolinguística, permite resgatar o amor próprio, a autoestima, a autoconfiança e o poder pessoal, harmonizar e fortalecer relacionamentos de todo o tipo, sejam amorosos, ou com filhos, amigos, colegas ou outros familiares... e ainda melhorar todas as áreas da nossa vida: o nosso equilíbrio emocional, a nossa saúde física e mental, o nosso desempenho como mães, a nossa produtividade e a nossa prosperidade financeira e na vida em geral.
Power Women, Kids e Teen são os vossos programas de desenvolvimento pessoal. Porquê estes grupos específicos?
Alexandra: Com o Programa Power Women desenvolvemos um trabalho focado na mulher, para que, através de uma boa gestão emocional, seja capaz de lidar eficazmente com os seus desafios familiares e profissionais. É um dos nossos públicos alvo porque é com ele que nos identificamos. Somos mulheres e sabemos bem os desafios pelos quais passamos, seja como seres humanos individuais, como mães, como profissionais, como esposas.
Mas não ficamos por aqui. Porque “é de pequenino que se torce o pepino”, achamos que seria essencial fazer este trabalho desde tenra idade. Assim, pretendemos também ajudar crianças e adolescentes a se estruturarem desde cedo para aprenderem a enfrentar todos os desafios com que se deparam ao longo do seu crescimento, para que possam ser adultos de sucesso e saudáveis emocionalmente.
Desenvolvemos o Programa Power Kids, para crianças dos cinco aos 11 anos, focado no desenvolvimento da inteligência emocional, usufruindo ao máximo do potencial dos mais novos e inspirando-os para um futuro extraordinário. Desenvolvemos também o Programa Power Teen, para jovens dos 12 aos 18 anos, focado na capacidade de sucesso e concretização desta faixa etária muito específica, apostando também fortemente no desenvolvimento da sua inteligência emocional.
No vosso blog é possível ler que "o nosso verdadeiro desafio é a conquista do nosso amor próprio". Como e porquê?
Carolina: A maioria das nossas limitações e insatisfações na vida têm origem na falta de amor próprio e em acreditarmos que não somos suficientemente bons. Os bebés, quando nascem, são perfeitos e agem dessa forma. Não têm medo de pedir o que querem, exprimindo-se livremente. É muito fácil perceber quando um bebé está zangado ou quando está feliz.
Conforme vamos crescendo e vamos ouvindo os adultos que nos rodeiam, passamos a acreditar no que nos dizem, seja bom ou mau, aprendemos a ter medo, deixamos de nos exprimir livremente e passamos a negar a nossa verdadeira essência. Acreditamos nas críticas que nos fazem e a assumimo-las como verdades absolutas para nós. Algumas podem ser muito limitadoras, como por exemplo: sou gorda, sou magra, sou alta, sou baixa, sou desajeitada, sou preguiçosa, sou burra, sou inútil, etc. São coisas que são ditas, muitas vezes, no sentido de levar a pessoa a mudar, mas o resultado é exatamente o contrário, diminui a autoestima e leva a pessoa a acreditar que é assim e que não há nada a fazer quanto a isso.
Quando conquistamos no nosso amor próprio, quando acreditamos verdadeiramente no nosso potencial, deixamos de arranjar “desculpas” para aquilo que nos acontece e estamos prontas para nos responsabilizar por nós, pelo nosso bem estar e pela nossa vida. É aqui que a transformação acontece e tudo muda na nossa vida.
Na vossa abordagem propõem que se aprenda a lidar de forma saudável com qualquer situação. Como conseguimos atingir este ideal?
Alexandra: Apostando no nosso desenvolvimento pessoal, especialmente no desenvolvimento da inteligência emocional que tem cinco pilares fundamentais a trabalhar: desenvolvimento do autoconhecimento; desenvolvimento da capacidade de gerir emoções (auto regulação); desenvolvimento da capacidade de empatia; desenvolvimento da capacidade de auto motivação (disciplina e positivismo) e desenvolvimento de capacidades sociais (relação com os outros).
Daniel Goleman, conhecido jornalista científico, psicólogo de formação e autor do livro “Inteligência Emocional”, defende que o êxito na vida depende 20% da Inteligência Cognitiva e 80% da Inteligência Emocional. Nós acreditamos inteiramente nesta realidade e por isso apostamos muito neste trabalho.
5 ferramentas essenciais para o autoconhecimento de acordo com o nosso programa:
- Eneagrama: O eneagrama é uma ferramenta utilizada, juntamente com outras técnicas, no autoconhecimento, na gestão emocional e desenvolvimento humano. O eneagrama de personalidade é um modelo que descreve as diferenças individuais de cada pessoa, identificando a sua visão do mundo, as suas motivações, permitindo perceber atitudes e padrões de comportamento.
- Valores: No dia-a-dia, tomamos decisões com base nos nossos valores, mesmo de forma inconsciente. Por isso é muito importante tomarmos consciência dos nossos valores e perceber se os estamos a respeitar. Pois os valores são a base do nosso equilíbrio e quando não os respeitamos, podemos entrar em contacto com emoções como a raiva e a culpa, que nos podem tirar do controlo e do equilíbrio no nosso dia-a-dia. Identificar os valores e a sua hierarquia é como ter uma bússola que nos orienta na tomada de decisões.
- Crenças limitadoras: Descobrir as crenças que nos impedem de alcançar o que desejamos permite-nos desbloqueá-las e libertarmo-nos delas, tomando as rédeas da nossa vida.
- Criança interior: Cuidar da nossa criança interior é fundamental para o desenvolvimento emocional e para uma autoestima saudável. Na infância pode haver feridas emocionais que não foram solucionadas e que mantêm a criança interior magoada até hoje. Trabalhar a criança interior permite compreender o que aconteceu, ressignificar esses acontecimentos e curá-la.
- Missão: A missão é muito importante porque dá significado a todas as acções no nosso dia-a-dia. Nós agimos por um motivo e esse motivo, que muitas vezes é inconsciente, quando ganha consciência, ganha uma congruência total entre aquilo que nós somos, aquilo que nós acreditamos, aquilo que nós vivemos e para o qual vivemos.
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Nota: A entrevista completa estará disponível no próximo número da revista digital gratuita das Mulheres à Obra, integrada numa reportagem sobre a Diretiva Europeia sobre a conciliação entre a família e o trabalho.
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