Esta decisão tem por objetivo denunciar a emigração que ameaça a existência das pequenas aldeias italianas. Recorde-se que metade das habitações de Sellia estão vazias e nas ruas de pedra circulam mais animais do que pessoas.
Desde que o decreto entrou em vigor, há cerca de seis meses, existem grandes filas de espera no centro de saúde local para a realização de consultas. Este aglomerado de pessoas prende-se com o facto do decreto impor aos cidadãos a realização de um exame médico anual obrigatório. Se não o fizerem correm o risco de pagar 30 euros adicionais de impostos.
"A vida humana tem muito valor, mas aqui tem um valor social, porque cada pessoa que morre representa a morte de toda a aldeia", comentou à AFP o presidente da câmara e pediatra, Davide Zicchinella.
O esvaziamento dos pequenos povoados da península é um fenómeno que preocupa há vários anos as autoridades locais e nacionais.
Desde o início do século XX até aos anos 60, que gerações inteiras se juntaram às grandes vagas de migração, que optam por ir para o Norte de Itália ou para estrangeiro, em busca de educação ou trabalho.
Só nos últimos 15 anos, a taxa de mortalidade natural fez com que a população de Sellia baixasse de 1.000 para 500 pessoas.
Contudo esta não é uma lei que está em vigor somente em Itália. Lanjarón (Espanha), Le Lavandou, Cugnaux, Sarpourenx, (França) e Biritiba Mirim (Brasil) são outras das cidades onde os seus habitantes estão "impedidos" de morrer.
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