No dia em que abre a época balnear em várias zonas do país, a associação revelou que as praias Zero Poluição, por si avaliadas, representam 11% do total das 621 zonas balneares em funcionamento.
No total, este ano há mais 24 praias na lista, em relação às 44 classificadas no ano passado.
Os concelhos com maior número de praias Zero Poluição são Torres Vedras (distrito de Lisboa), que repete a boa classificação do ano anterior com 10 espaços, Peniche (Leiria), com cinco, Angra do Heroísmo (Açores), também com cinco, e Tavira (distrito de Faro) e Praia da Vitória (Açores), com quatro praias cada.
A associação adiantou, contudo, que este ano, ao contrário do que havia sido registado em todos os anos anteriores desde 2016 (ano em que a Zero iniciou esta avaliação), não há qualquer zona balnear interior com esta classificação.
“Este facto é um indicador do muito que ainda há a fazer para garantir uma boa qualidade da água dos rios e ribeiras em Portugal, o que requer esforços adicionais ao nível do saneamento urbano e das empresas”, sublinha a Zero.
De acordo com a associação, uma praia Zero Poluição “é aquela em que não foi detetada qualquer contaminação microbiológica nas análises efetuadas às águas balneares ao longo das três últimas épocas balneares”.
Esta análise teve em conta os parâmetros da legislação em vigor, tendo-se verificado que todas as 68 zonas balneares são costeiras.
“De salientar que é extremamente difícil conseguir um registo incólume ao longo de três anos nas zonas balneares interiores, muito mais suscetíveis à poluição microbiológica”, é referido.
No dia em que abre a época balnear em zonas como o Algarve, Cascais, a Costa da Caparica ou a Nazaré — este ano mais tarde devido à pandemia de covid-19 -, a Zero lembrou que por razões ambientais e de segurança só devem ser frequentadas praias classificadas como zonas balneares, onde há vigilância e onde se conhece a qualidade da água.
A associação destacou também que devido à pandemia devem ser salvaguardados os distanciamentos adequados relativamente a terceiros e alerta para que a população não deixe quaisquer resíduos na praia, tendo cuidados ao deitar fora luvas e máscaras.
“Mais de 80% dos 12,2 milhões de toneladas de plástico que entram no ambiente marinho em cada ano vêm de fontes terrestres, sendo o maior contribuinte o lixo de plástico, incluindo itens como garrafas de bebidas e outros tipos de embalagens”, sublinhou, acrescentando que este ano também estão a ser detetadas máscaras e luvas no Mediterrâneo.
A Zero transmitiu os dados utilizados nesta análise à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), responsável pela coordenação destas matérias, designadamente pela classificação das águas balneares.
A monitorização das águas balneares é uma competência legal da APA no continente, da Direção Regional dos Assuntos do Mar nos Açores e da Direção Regional do Ordenamento do Território e Ambiente na Madeira.
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