Como Designer, Teresa Viotti já experimentou várias áreas sempre com o mesmo entusiasmo e paixão. Agora é responsável pelo design das joias Topázio.

As primeiras peças foram inspiradas no faqueiro mais emblemático da centenária marca de pratas portuguesas.

Qual é a sua formação?
Fiz a escola António Arroio onde me senti muito bem, porque era verdadeiramente uma escola de artistas, e a seguir fiz o IADE.

E quando acabou a escola?
Criei uma empresa de design publicitário e depois dessa empresa estive cinco anos na Expo 98, onde fui responsável por todo o merchandising do Gil,
uma experiência fabulosa. Depois da Expo 98 estive ligada aos acessórios de moda.

A arte aparece quando?
Nasceu comigo.

O gosto pelas joias surge quando?
FFaço bijutaria desde os 11 anos.

Com a Topázio pode ver as suas criações a multiplicar-se...
Os artesãos da Topázio são excelentes, conhecem bem os materiais e trabalham os componentes desde a raiz. Confio absolutamente nas suas mãos.

Começou a trabalhar com a Topázio há quanto tempo?
Este ano. Fui convidada para desenhar as joias da Topázio, uma marca portuguesa com 150 anos de história. É muito know-how ali acumulado. Nós, portugueses, temos coisas únicas de valor incalculável e nem sempre lhes damos o seu valor.

Mas os estrangeiros valorizam muitíssimo a nossa prata...
Sobretudo os americanos e os novos mercados com ou sem esta tradição.

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É verdade que se inspirou num faqueiro para criar as suas joias?
Inspirei-me num faqueiro muito especial, e talvez o mais emblemático da marca, que é o “Caninhas”.

Não deixa de ser curioso começar pela peça mais clássica da Topázio?
Quando um designer chega a uma “casa” com tanta história, começa por conhecer qual é a sua peça, época ou estilo mais marcante. O desenvolvimento do trabalho assenta neste primeiro passo. Depois… tentamos fazer história de novo!

A sua coleção já está a ser comercializada?
Sim, e está a ter óptima aceitação.

A Topázio vai ter uma loja própria em Lisboa?
O projeto está em curso.

Já está a pensar em novas peças?
Estão sempre a nascer novas ideias e algumas poderão surgir até final do ano.

A crise não está a afetar esta área de negócio?
A crise é real mas as oportunidades existem. As pessoas que trabalham estão muito empenhadas e disponíveis. Ninguém vira a cara às dificuldades, todos querem que as coisas resultem!

Trabalhar com dezenas de artesãos está a ser uma boa experiência em termos humanos?
Tenho uma visão muito otimista das relações humanas, e tenho o maior respeito pelo trabalho dos outros. Acho que é sempre possível motivar as pessoas para darem o seu melhor. É por isso que gosto muito das pessoas em “3D”!

E menos das redes sociais?
São importantíssimas, mas não substituem o contacto direto.

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Está disponível para aceitar um não dos técnicos?
Completamente. Aliás, um dos desafios de qualquer artista, é chegar e não impor o zero ou os 100. Entre o meu projeto e a experiência deles há todo um campo. Gosto sempre de ouvir os outros.

E quando o material não corresponde àquilo que pretende?
Às vezes sou surpreendida com essas especificidades, mas tento tirar sempre partido das particularidades dos materiais.

Pessoalmente gosta de joias?
Gosto imenso. É evidente que uma jóia boa é uma joia boa, mas gosto de peças acessíveis que misturo com peças mais exclusivas e não tenho qualquer problema em dizer a sua origem. Gosto de misturar e não me identifico tanto com o estilo minimalista.

Pode fazer-se design em qualquer contexto?
Exatamente. E com qualquer budget. O povo Massai tem jóias lindas.

As jóias são um sinal de feminilidade...
Sem dúvida, a vida sem cor não tem graça nenhuma. Vibro com as cores e os padrões da natureza.

O que a distrai?
Tudo o que me rodeia, mas gosto das coisas clássicas: um bom filme, desporto, neve e adoro praia. O meu pai sempre foi um grande desportista e pôs-nos em tudo: volei, ginástica e isso ficou para sempre na minha vida. Quase todos os dias faço 15 quilómetros de bicicleta.

Um prazer?
Adoro animais, adoro a companhia dos animais e neste momento tenho três gatos, com quem me rio imenso, mas também adoro cães e cavalos.

Quando viaja vai para as cidades ou para destinos exóticos?
Viajo para todo o lado, mas gostava de viajar muito mais, porque o mundo é para ser visto. No Inverno adoro viajar para cidades com frio mas na primavera não resisto a um destino de sol para dar, o que eu costumo chamar, a primeira demão.

Está bem com a vida?
Estou muito bem!

 

Texto: Palmira Correia