Os bancos existem para ganhar dinheiro. Esta é uma verdade tão simples, mas tantas vezes esquecida. É um erro assumir que o banco está lá para nos ajudar. Eles até podem dizer que sim, mas não é essa a sua missão.

Quando queremos comprar casa é difícil imaginar outra hipótese que não passe pelo recurso ao crédito. São vários os portugueses, cujo único crédito que têm é o crédito habitação. Perante esta necessidade de financiamento, os bancos vão procurar aproveitar a oportunidade para fazer vendas cruzadas (cross selling). Isto é, na altura da contratualização do Crédito Habitação vão vender, em simultâneo, uma série de outros produtos: conta ordenado, cartões de crédito, PPR, etc. Destes, o mais usual é a “exigência” de subscrição de um seguro de vida com a seguradora mais vantajosa para ELES!

A bonificação no spread é sempre benéfica?

A “moeda de troca” para subscrever o seguro de vida com a seguradora indicada pelo credor é que isso irá trazer uma redução ao spread daquele Crédito Habitação. Mas será essa bonificação sempre benéfica? A resposta é NÃO! Cada caso é um caso e não podemos assumir à partida que é sempre um ganho a redução do spread.

É provável que depois de tantas papeladas ao longo do processo de aquisição de casa, não ligue muito à questão do seguro de vida. Mas sabia que há casos em que uma pesquisa no mercado poderia trazer uma redução próxima dos 100€/mês? Nestes casos, a não bonificação do spread não deveria ser significativa face ao ganho de 1.200€/ano que teria com uma simples pesquisa no mercado.

“Preciso de ajuda para saber se compensa mudar de seguro”

Na equipa da Reorganiza esta é uma das frases mais ouvidas no nosso dia-a-dia. As pessoas até percebem que faz sentido equacionar uma mudança de seguro de vida para poupar muito dinheiro, mas não sabem fazer as contas. Regra geral têm “medo” que o banco, ou o mediador de seguros que contactam, não lhes expliquem todas as implicações desta alteração.

A alteração do seguro de vida não é apenas uma questão matemática (também é, claro!), mas é preciso perceber os outros seguros que poderão estar associados e as coberturas de cada um. É essencial saber ler as cláusulas para não estar a mudar de seguradora e depois verificar que fica menos protegido.

A vontade de querer mudar de seguro de vida é a única coisa que precisa. Depois é só uma questão de avaliar alternativas comparáveis.

João Raposo