Prepare-se para assumir alguns riscos
Sim. Se quer obter um retorno maior do que zero terá de estar pronto para assumir alguns riscos. Tirando uma estratégia que iremos referir mais adiante, onde pode ter bons níveis de retorno sem risco, tem de estar preparado para assumir algum risco. Risco controlado e alguma diversificação. Caso contrário, terá de se contentar com taxas de retorno muito próximas de zero.
Pesquise e negoceie depósitos a prazo
Os depósitos a prazo são ainda uma alternativa muito escolhida pelas famílias portuguesas. Apesar de a maioria conferir taxas de retorno muito próximas de zero, o certo é que muitas famílias continuam a subscrever estes produtos. Na prática, acabam por colocar algum dinheiro de parte apenas para não o movimentar. É certo que mais vale poupar sem retorno do que gastar o dinheiro. Mas existem ainda depósitos a prazo com taxas maiores do que zero. No entanto, terá de procurar por bancos que operam tradicionalmente online, devendo pesquisar a informação para garantir que está mesmo a contratar depósitos a prazo.
Empréstimos P2P
Têm surgido alternativas de investimento com o recurso a fintechs. São os chamados empréstimos P2P ou pessoa para pessoa. Nestes empréstimos retira-se o intermediário e é o investidor que acaba por capturar a comissão do intermediário e assim obter níveis acrescidos de retorno no seu investimento. Tenha em mente que estas plataformas não são reguladas, o que lhes confere um nível de risco acrescido.
Qual o melhor investimento sem risco?
Para a maioria das pessoas, o melhor investimento, aquele que lhes confere elevados níveis de retorno, sem risco e sem pagamento de impostos é a liquidação antecipada de dívidas. Sabia que existe muitas pessoas que têm créditos com taxas elevadas e depósitos a prazo ou poupanças nas suas contas à ordem? Sim, os requisitos de alguma liquidez para emergências podem levar a que isto faça sentido. No entanto, na maioria dos casos pode começar a fazer sentido liquidar algumas dívidas.
E será que devo liquidar o meu crédito habitação?
No cenário atual em que as taxas de juro estão negativas e os spreads são negativos, poderá fazer algum sentido manter a dívida do crédito habitação. No entanto, existe um custo escondido que pode inverter este raciocínio. Dependendo do capital em dívida, da sua idade e do seu estado de saúde, pode acontecer que a tarifa do seu seguro de vida pese bastante no final do mês. Se analisar a tarifa em termos percentuais, poderá concluir que paga uma taxa demasiado elevada pelo seu seguro de vida, o que pode justificar liquidar a dívida antecipadamente.
Um exemplo ajuda a clarificar:
Imagine que tem em dívida €50.000 e que paga uma taxa de juro de 1% no seu crédito habitação e €40 por mês no seu seguro de vida. Antes de mais, esta taxa de 1% é já uma taxa superior à maioria dos depósitos a prazo. No entanto, verá que os €40 por mês representam uma taxa anual de 0.96%. Logo, ao liquidar esta dívida, em parte ou no todo, irá ter um retorno de 1.96% ao ano. Agora, imagine que paga mais pelo seu seguro de vida, algo muito comum em pessoas com mais idade. Será que não justifica acabar com a dívida rapidamente?
Ainda é possível obter bons níveis de rendimento na aplicação do seu dinheiro. Outras alternativas exigem um pouco mais de capital, como sendo a compra de imóveis para arrendamento por exemplo. O fundamental é procurar alternativas e estar na disposição de assumir algum risco. Não olhe para o risco como algo errado, mas antes como algo natural. Saiba que apenas tem de o gerir.
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