Porque motivo constituiu um PPR?

Antes de pensarmos nos motivos e nas formas de resgatar o PPR, é importante que pensemos nos motivos que nos levaram a constituir um PPR. Infelizmente, a maioria das pessoas apenas o fez para poder usar os benefícios fiscais que já chegaram a ser muito interessantes.

No entanto, mesmo sendo este o motivo, o resultado foi positivo. Muitas famílias conseguiram assim subscrever uma poupança programada que poderá ser usada no futuro. Mais importante, as poupanças programadas acabam por ajudar a desenvolver hábitos de poupança que são muito importantes.

É ainda fundamental ter em conta que existe uma diferença grande nos níveis de poupança das pessoas que têm poupanças para a reforma e outras. De facto, diversos estudos demonstram que quem poupa para a reforma aumenta o seu nível de poupança e consegue poupar mais do que quem não poupa para a reforma. Isto porque, ao pensar no longo prazo, está a assumir uma postura de maior prudência, obrigando-se a ajustar os seus padrões de consumo.

A importância de poupar para a reforma

Uma segunda ideia que queremos ressalvar prende-se com os níveis de poupança em Portugal e o estado atual da Segurança Social. É fundamental que tenhamos em mente que, apesar de nos terem vendido a ideia de que a economia está num nível de crescimento extraordinário e que todos os problemas foram resolvidos, a taxa de poupança das famílias não para de cair. Ou seja, temos das mais baixas taxas de poupança dos países desenvolvidos. Simplesmente não poupamos e não nos preparamos para o futuro (facilmente percebemos os perigos).

Se a este facto associarmos outro, talvez mais preocupante, de que a evolução demográfica vai fazer estragos nas nossas reformas, percebemos a importância de poupar para a reforma. Isto se queremos ter uma reforma, como sempre sonhámos.

Agora… porquê resgatar o seu PPR?

A pergunta impõe-se. Talvez pensemos que o nível do retorno de um PPR não justifique termos um PPR. Talvez. É um facto que as taxas de retorno são ridiculamente baixas, num ambiente como o que temos de baixas taxas de juro. No entanto, pensemos o que faremos ao dinheiro. A resposta, para a maioria das pessoas, é simples. Se não temos o dinheiro no PPR vamos gastá-lo. Estamos assim a substituir uma poupança garantida pelo consumo. Estamos a pensar no curto prazo. Estamos a prejudicar a nossa saúde financeira.

Sim, podemos pensar que precisamos do dinheiro e que temos aqui uma fonte importante de recursos. É verdade. Mas também é verdade que enquanto sociedade temos de mudar a forma de pensar no que diz respeito à poupança. Temos de poupar mais e temos de investir mais, sob pena de estarmos constantemente a viver de salário em salário e dependentes dos humores dos mercados financeiros e das esmolas do Estado.

O que fazer se precisa de liquidez?

Se estamos na situação em que precisamos de liquidez para fazer face a alguma despesa em breve, temos de pensar:

  • Será que preciso mesmo de fazer esta despesa?
  • Tenho de comprar isto agora ou posso esperar alguns meses?
  • Se posso esperar alguns meses, onde vou cortar para poder libertar dinheiro?

Se precisa de ideias, sugerimos que veja 30 dicas para poupar dinheiro. Verá que é menos difícil do que pensa.